A Polícia Federal (PF) recuperou mensagens apagadas de dispositivos eletrônicos pertencentes a Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Os arquivos recuperados, por meio de um aparelho israelense adquirido pela PF, forneceram novos elementos que estão fortalecendo as investigações em torno da tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023 e do monitoramento de autoridades brasileiras.
Segundo fontes ligadas ao caso, essas mensagens abriram novas frentes de apuração e contribuíram para o adiamento da entrega do relatório final.
Mauro Cid, figura central em diversas investigações, tornou-se colaborador premiado e, com o avanço das análises dos dispositivos, as autoridades conseguiram cruzar informações que corroboram com as suspeitas sobre o planejamento da insurreição.
Os novos elementos recuperados de seus dispositivos incluem conversas que sugerem que as Forças Armadas poderiam ser acionadas, caso o ex-presidente Bolsonaro autorizasse, indicando um planejamento para a execução de um golpe, algo já investigado em outros momentos das apurações.
Alexandre Ramagem presta novo depoimento
Um dos desdobramentos dessas novas provas envolve o depoimento de Alexandre Ramagem, ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e deputado federal pelo PL-RJ.
Ele foi convocado para prestar esclarecimentos à Polícia Federal, em Brasília, sobre seu possível envolvimento nos casos investigados, especialmente em relação ao monitoramento de autoridades e na estruturação da tentativa de golpe.
Ramagem já foi um aliado de confiança de Bolsonaro, chegando a ser nomeado para chefiar a PF em 2020, nomeação que foi barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) devido à sua proximidade com o ex-presidente.
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Essa proximidade levanta suspeitas sobre seu papel nas ações investigadas, especialmente em momentos cruciais que antecederam os atos golpistas de 2023.
Tecnologia israelense reforça investigação
O uso de um aparelho israelense de última geração foi determinante para a recuperação de mensagens deletadas, não apenas nos dispositivos de Cid, mas também em outros aparelhos apreendidos durante as investigações.
Essa tecnologia permitiu à PF obter provas que haviam sido destruídas, oferecendo novos caminhos para a apuração dos fatos.
Essas informações vêm robustecer o conjunto probatório contra os envolvidos e abriram novas perspectivas para a investigação, sendo mais um passo importante no esclarecimento da tentativa de golpe e no aprofundamento das consequências desse episódio para as instituições democráticas brasileiras.
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Foto: Lula Marques/ Agência Brasil