Mesmo sob suspeita, governo vai retomar compra da Covaxin
Aliados de Jair Bolsonaro dizem que os representantes da Precisa Medicamentos conseguirão afastar as suspeitas de irregularidade no negócio ao prestar esclarecimentos à CPI da covid

Publicado em: 11/07/2021 às 17:37 | Atualizado em: 11/07/2021 às 17:37
O governo pretende retomar o contrato de compra de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin, que está suspenso temporariamente e sob investigação do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal.
Aliados de Jair Bolsonaro dizem que os representantes da Precisa Medicamentos, que intermediou a aquisição dos imunizantes, conseguirão afastar as suspeitas de irregularidade no negócio ao prestar esclarecimentos à CPI da covid.
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Já foram convocados para depor o dono da empresa, Francisco Maximiano, e uma diretora, Emanuela Medrades, que falará à comissão na próxima terça-feira (13).
“O contrato está certinho e só foi suspenso por causa do barulho. Não tem nada de errado. É só barulho, só espuma”, diz o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho mais velho do presidente da República e padrinho da indicação de Marcelo Queiroga para o cargo de ministro da Saúde.
Barulho e espuma
O barulho e a espuma estão contribuindo para o desgaste da imagem de Bolsonaro.
Duas pesquisas recentes mostraram que a maioria dos entrevistados considera o presidente desonesto ou não confia em seu empenho para combater a corrupção.
O caso da Covaxin ganhou destaque depois de o servidor Luis Ricardo Miranda, do Ministério da Saúde, declarar à CPI da covid que sofreu pressão atípica para executar o contrato.
Ele teria sido pressionado, por exemplo, a autorizar um pagamento antecipado por um lote de doses, o que não estava previsto no contrato.
À comissão, o deputado Luis Miranda (DEM-DF), irmão do servidor, acrescentou ter denunciado a Bolsonaro pessoalmente a pressão pelo pagamento antecipado — além de outras supostas irregularidades — durante um encontro entre eles no dia 20 de março.
Na ocasião, segundo o parlamentar, Bolsonaro teria comentado que isso era “rolo” do líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR).
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Foto: Revistaoeste.com