Ministério da Saúde altera ficha de pacientes no registro de óbitos

Em 2020, com a pandemia do novo coronavírus, o SRAG passou a ser usado também como a fonte oficial das mortes confirmadas por covid-19.

Boletim do Ministério da Saúde altera ficha

Ednilson Maciel, da Redação do BNC AMAZONAS

Publicado em: 24/03/2021 às 15:30 | Atualizado em: 24/03/2021 às 15:30

O Ministério da Saúde alterou a ficha dos pacientes no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep). Como resultado, ontem (23) o Brasil bateu mais um recorde de mortes por covid-19.

Com isso, São Paulo diz que mudança impactou contagem de mortes: foram 281 em 24 horas, destaca matéria do portal G1.

A informação é de técnicos responsáveis por preencher diariamente as atualizações sobre novos óbitos causados pela doença.

Nesse sentido, esses técnicos informaram  os dois principais impactos da nova ficha.

Por exemplo, a falta de aviso prévio por parte do Ministério da Saúde às secretarias – ao contrário do que ocorreu em julho de 2020, quando havia ocorrido a última mudança.

Além da exigência de preenchimento obrigatório de novos campos.

Técnicos

Dessa maneira, para os técnicos, isso pode aumentar o atraso entre a ocorrência das mortes e o registro delas no sistema, para que constem do balanço oficial diário.

O Sivep-Gripe é o sistema oficial onde todas as novas hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) devem ser compulsoriamente notificadas desde 2009.

Em 2020, com a pandemia do novo coronavírus, ele passou a ser usado também como a fonte oficial das mortes confirmadas por covid-19.

A TV Globo procurou o Ministério da Saúde para confirmar se a mudança foi combinada com as secretarias estaduais e municipais, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem.

Portanto, já o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula, disse que o Ministério da Saúde tem de rever “imediatamente” a norma que altera critérios de mortes por covid-19. De acordo com ele, a entidade não foi avisada pela pasta.

Leia mais sobre o assunto no G1.

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Foto: Marcello Casal / Agência Brasil