Ministra suspende processos sobre extração de madeira ilegal

Em dezembro, a Polícia Federal fez a maior apreensão de madeira na Amazônia retirada de área de grilagem.

Publicado em: 16/06/2021 às 13:42 | Atualizado em: 16/06/2021 às 18:35

A decisão da ministra Cármem Lúcia de suspender os processos que estavam na Justiça federal no Pará e na Amazônia sobre a investigação da extração ilegal de madeira é uma forma de evitar a impunidade.

Foi um pedido da Polícia Federal.  A decisão da ministra é para evitar que as decisões de primeira instância produzam efeitos permanentes. 

Os juízes estavam liberando a madeira reclamada pelos supostos proprietários. 

Considero “supostos”  porque a origem da madeira é nebulosa. Para lembrar o caso, em dezembro, a Polícia Federal fez a maior apreensão de madeira na Amazônia retirada de área de grilagem.

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O ministro do ambiente, Ricardo Salles, defendeu que o material era legal. Foi pedido então que os proprietários se apresentassem, mas 70% não apareceu.

Alexandre Saraiva, que era superintendente da PF no Amazonas, apresentou uma notícia-crime contra Salles. Acabou transferido para o interior do Rio, uma clara punição.

Depois disso, o ministro e o presidente afastado do Ibama, Eduardo Bim, foram alvos de uma investigação que apura a exportação ilegal de madeira, após uma denúncia de autoridades norte-americanas.

Salles se mantém no governo porque faz exatamente o que o presidente Bolsonaro quer.

Tem estimulado atividades ilegais na Amazônia e apoia garimpeiros e madeireiros desde que foi nomeado no cargo.

O ministro é a representação da política destruidora do meio ambiente deste governo. Nem esconde isso. 

Com a pressão internacional, as Forças Armadas fazem operação para dar um ‘cala boca’ nas críticas, mas a atuação do ministro continua.

A ação de Salles é claramente, totalmente e explicitamente contra a Amazônia e todo o tipo de bioma. E com autorização e apoio do presidente Bolsonaro.

Leia mais na coluna da Miriam Leitão no O Globo

Foto: Nelson Jr./SCO/ST