Monumentos a Marighella e a Marielle são pichados em São Paulo

A polícia ainda não se sabe quem são os responsáveis pelos atos de depredação dos monumentos, mas já pediu a realização de perícia nos locais

30/07/2021 18:54

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Monumentos em homenagem ao guerrilheiro Carlos Marighella e à vereadora carioca Marielle Franco (Psol) foram pichados em São Paulo, nesta sexta-feira (30).

No caso de Marighella, a pichação foi nos Jardins, Zona Sul da capital paulista, onde o monumento amanheceu coberto com tinta vermelha.

No caso do escadão em Pinheiros em homenagem a Marielle, além da tinta vermelha, foi também pichada a frase “Viva Borba Gato”.

A mensagem é em referência à estátua ao bandeirante que foi alvo de incêndio no último sábado (24), na Zona Sul, durante ato contra o genocídio de negros e indígenas no Brasil.

Ainda não se sabe quem são os responsáveis pelos atos de depredação dos monumentos. Foi registrado um Boletim de Ocorrência no 78º DP, nos Jardins, a respeito do ato no monumento a Marighella. A Polícia Civil pediu a realização de perícia.

A reportagem do G1 esteve no escadão Marielle Franco, na tarde desta sexta (30), e constatou que as embalagens de tinta vermelha usadas no ataque contra o mural da ex-vereadora ainda estavam no local.

Marighella e Marielle

O monumento em memória a Carlos Marighella fica na alameda Casa Blanca e foi instalado em 1999, durante ato que marcou os 30 anos do assassinato do líder da Ação Libertadora Nacional (ALN) pela ditadura militar. Marighella lutava contra o regime dos generais no Brasil e pregava a luta armada contra os militares.

A morte do guerrilheiro foi reconhecida como assassinato pela Comissão de Mortos e Desaparecidos da Câmara, em 1996, e durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Por conseguinte, a família de Marighella foi indenizada pelo Ministério da Justiça junto com a família de outros guerrilheiros: Carlos Lamarca e José Campos Barreto, o Zequinha, mortos em 1971 pelo governo militar.

A trajetória de Carlos Marighella inclusive virou filme, dirigido pelo ator Wagner Moura em 2019.

Marielle Franco era vereadora no Rio de Janeiro. Em março de 2018, ela e o motorista Anderson Gomes foram executados no Estácio, na região central do Rio. Um ano depois, a polícia afirmou ter prendido os autores do crime, o PM reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio de Queiroz. Ainda não se sabe quem mandou matar a vereadora.