O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, preste depoimento à Polícia Federal (PF) para esclarecer uma declaração que sugere possível contato entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, mesmo com a proibição imposta pela Corte.
Em entrevista concedida à Jovem Pan, Jorginho afirmou que Valdemar “conversa muito” com Bolsonaro. “Espero que daqui a pouco eles possam conversar na mesma sala para se ajudarem ainda mais”, disse o governador. A declaração foi vista como indicativa de uma possível violação às medidas cautelares determinadas pelo STF.
Moraes ordenou que a oitiva seja realizada no prazo de 15 dias e destacou que é necessário apurar os fatos devido à gravidade da questão. Segundo o magistrado, a restrição ao contato entre Bolsonaro e Valdemar foi estabelecida para evitar qualquer interferência nas investigações relacionadas a uma suposta tentativa golpista após as eleições de 2022, que resultaram na vitória de Luiz Inácio Lula da Silva.
Ainda durante a entrevista, Jorginho comentou que Valdemar está “amargurado” com a proibição, mas afirmou que ambos respeitam a decisão judicial, mantendo distanciamento físico.
A medida, entretanto, tem dificultado a interlocução interna do PL, especialmente durante o período eleitoral.
Após a repercussão da fala, o governo de Santa Catarina divulgou uma nota reforçando que, embora o governador discorde da restrição, Valdemar e Bolsonaro cumprem a decisão judicial.
Leia mais
O texto também ressaltou que a declaração de Jorginho foi uma referência ao período de construção política do PL, partido que alcançou resultados históricos nas eleições de 2022.
O episódio reacende o debate sobre as restrições judiciais e o impacto na dinâmica política do partido liderado por Valdemar e Bolsonaro.
Leia mais no O Globo