Moraes prorroga por 90 dias investigaĂ§Ă£o contra Bolsonaro no caso da PF
InquĂ©rito tem como base acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro. O prazo das investigações acabaria no prĂ³ximo dia 27

Publicado em: 07/01/2022 Ă s 15:16 | Atualizado em: 07/01/2022 Ă s 15:16
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por mais 90 dias o inquĂ©rito que apura se o presidente Jair Bolsonaro interferiu na PolĂcia Federal.
O inquĂ©rito foi aberto em 2020 pelo Supremo, que atendeu a um pedido da Procuradoria Geral da RepĂºblica (PGR), e tem como base acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro. O prazo das investigações acabaria no prĂ³ximo dia 27.
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Quando anunciou a saĂda do ministĂ©rio, Moro disse que Bolsonaro tentou interferir em investigações da PF ao cobrar a troca do chefe da PolĂcia Federal no Rio de Janeiro e ao exonerar o entĂ£o diretor-geral da corporaĂ§Ă£o, Mauricio Valeixo, indicado por Moro.
O objetivo, segundo Sergio moro, seria blindar investigações de aliados. Bolsonaro, desde entĂ£o, tem negado a acusaĂ§Ă£o.
“Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações e a existĂªncia de diligĂªncias em andamento, nos termos previstos no art. 10 do CĂ³digo de Processo Penal, prorrogo por mais 90 (noventa) dias, a partir do encerramento do prazo final anterior (27 de janeiro de 2022), o presente inquĂ©rito”, decidiu Alexandre de Moraes.
ReuniĂ£o ministerial
Sergio Moro afirma que estĂ£o entre as provas de que Bolsonaro tentou interferir na PF mensagens trocadas pelos dois em um aplicativo de mensagens e a reuniĂ£o ministerial de 22 de abril de 2020.
Na reuniĂ£o, Bolsonaro disse:
“JĂ¡ tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro e, oficialmente, nĂ£o consegui. Isso acabou. Eu nĂ£o vou esperar f… minha famĂlia toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu nĂ£o posso trocar alguĂ©m da segurança na ponta da linha, que pertence Ă estrutura. Vai trocar. Se nĂ£o puder trocar, troca o chefe dele. Se nĂ£o puder trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. NĂ£o estamos aqui para brincadeira.”
Segundo Moro, ao mencionar a palavra “segurança”, Bolsonaro se referia Ă PolĂcia Federal no Rio de Janeiro.
O presidente, por sua vez, sempre argumentou que se referia à sua segurança pessoal, cuja responsabilidade é do Gabinete de Segurança Institucional.
O Jornal Nacional, contudo, mostrou que os seguranças pessoais de Bolsonaro no Rio foram promovidos, o que coloca em xeque a versĂ£o do presidente.
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Foto: Nelson Jr/SCO/STF