Moro diz que não é comentarista político e se esquiva de avaliar Bolsonaro
Sobre Gilmar Mendes, ministro disse que deve assumir suas decisões

Aguinaldo Rodrigues
Publicado em: 21/01/2020 às 07:21 | Atualizado em: 21/01/2020 às 07:21
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, evitou fazer comentários sobre atos do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e afirmou que o vazamento de conversa telefônica entre os petistas Dilma Rousseff e Lula da Silva em 2016 não teve ilegalidade.
Esses pontos marcaram a entrevista do ministro ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira, dia 20, ao vivo.
O grampo da conversa da então presidente e ex-presidente da República ocorreu quando Moro era o juiz da primeira instância da operação Lava Jato. A intenção de Dilma era nomear Lula ministro-chefe da Casa Civil antes do seu afastamento, que levaria ao seu impeachment em abril de 2016.
Antes, o ministro do STF Gilmar Mendes suspendeu a nomeação de Lula.
Para Moro, estava em andamento uma tentativa de obstrução da justiça. “Não houve manipulação nenhuma. Se isso poderia ter reflexos como impeachment isso não é objeto da decisão”.
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Gilmar Mendes
Sobre Gilmar Mendes declarar no ano passado que ficou com “dúvidas” se havia tomado a decisão correta ao não permitir a nomeação de Lula, Moro disse que ele devia “assumir a responsabilidade pelas decisões que tomou”.
As mensagens que trocou com procuradores da República da Lava Jato, publicadas pelo site Intercept Brasil, foram consideradas por Moro como “bobageirada”.
O ministro declarou ainda ao programa que não tem pretensão de concorrer ao Palácio do Planalto em 2022.
Leia mais detalhes da entrevista na matéria de O Globo.
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil