O ex-ministro da Justiça Sérgio Moro negou interferência dele na Polícia Federal enquanto era titular da pasta. Negou também, categoricamente, qualquer comparação com a acusação que fez ao presidente Jair Bolsonaro.
Moro falou sobre isso ontem (8), contudo, em depoimento na 10ª Vara Federal de Brasília, na ação penal da “Operação Spoofing “.
Nessa ação, conforme publicação do UOL, hackers são acusados de invadirem telefones de procuradores da Lava Jato e do ex-juiz.
O conteúdo das mensagens foi divulgado pelo site “The Intercept “, na série de reportagens conhecida como “Vaza Jato”.
O advogado de Walter Delgatti , Ariovaldo Moreira, perguntou a Moro se ele não considerava que interferiu na Polícia Federal.
Perguntou se, a exemplo de Jair Bolsonaro, não estava sendo feita uma intromissão indevida no trabalho policial. Isso porque o então ministro recebia informações sobre o inquérito da PF a respeito da Spoofing.
“Claro que não”, disse Moro. “Aí é uma absoluta confusão. São situações absolutamente diferentes”, rebateu assertivamente.
“Naquele caso, o meu telefone havia sido atacado e havia natural preocupação em saber quem eram esses indivíduos que estavam atacando as autoridades federais”, enfatizou.
Moro lembrou que foram atacados os aparelhos do ministro da Economia, Paulo Guedes, e da deputada Joice Hasselmann .
“Havia situação preocupante em que criminosos estariam tentando obter informações de Estado confidenciais e isso estaria dentro da responsabilidade do ministro da Justiça. Eu nunca dirigi essas investigações”, completou.
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Foto: Marcos Corrêa/PR – 5/2/2020