Moro defende reação à altura a criminosos que querem sua morte

De acordo com as investigações, o sequestro e a morte de Moro e outras autoridades seriam executados para obter dinheiro.

Diamantino Junior

Publicado em: 22/03/2023 às 18:33 | Atualizado em: 22/03/2023 às 18:38

Na tarde desta quarta-feira (22/03), o senador Sergio Moro, representante do União Brasil pelo Paraná, proferiu um discurso no Senado para relatar o plano de execução contra ele, que estava sendo investigado pela Polícia Federal (PF). Ele pediu uma reação à altura. “Gosto de uma frase em um sentido metafórico. Se vêm para cima da gente com uma faca, temos de usar um revólver. Se usam revólver, temos de vir com metralhadora. Se eles têm metralhadora, temos que ter um tanque ou um carro de combate. Não no sentido literal, mas precisamos reagir às ações do crime organizado. Como deve o Congresso reagir? Com o que ele é próprio, que são leis para proteger, não só as autoridades, mas também os cidadãos”, destacou Moro.

O político era um dos alvos do Primeiro Comando da Capital (PCC), uma facção criminosa paulista, em um plano de sequestro e assassinato.

O promotor de Justiça Lincoln Gakiya também estava entre os alvos dos criminosos.

A Operação Sequaz foi deflagrada pela Polícia Federal nesta quarta-feira (22/3) para investigar o caso, e até as 9h40, nove pessoas haviam sido detidas.

O senador afirmou que já sabia da ameaça desde janeiro, e ele e seus familiares estavam recebendo escolta da Polícia Legislativa do Senado e da Polícia Militar do Paraná.

Ele também confirmou que foi informado das ameaças pelo Ministério da Segurança Pública no final de janeiro.

Moro enfatizou que é importante enfrentar as ameaças do crime organizado, pois a sociedade como um todo sofrerá as consequências se não o fizermos.

Ele afirmou que o Congresso deve reagir através de leis que protejam não apenas as autoridades, mas também os cidadãos.

Leia mais

Alvo do PCC, promotor diz que todo mês há plano para matá-lo

A Operação Sequaz, conduzida pela Polícia Federal, visa desarticular o plano feito pelo PCC para sequestrar e matar servidores públicos e autoridades, incluindo Sergio Moro e Lincoln Gakiya. Os mandados de prisão e busca e apreensão estão sendo cumpridos em cinco unidades da Federação: Rondônia, Paraná, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

O PCC é comandado por Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola. Em 2018, o promotor Lincoln Gakiya pediu a transferência de Marcola de São Paulo para um presídio federal. No início do ano seguinte, o chefe do PCC foi transferido para a Penitenciária Federal de Brasília.

Moro, enquanto era ministro da Justiça e Segurança Pública, propôs diversas medidas no pacote anticrime, incluindo a vedação da visita íntima e o monitoramento dos contatos dos presos, inclusive com seus advogados, em presídios federais.

De acordo com as investigações, o sequestro e a morte de Moro e outras autoridades seriam executados para obter dinheiro e resgatar Marcola, que foi transferido do Presídio Federal de Porto Velho para o de Brasília no início deste ano.

Leia mais na matéria de Rebeca Borges e Sandy Mendes, publicada no portal Metrópoles

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado