O vice-presidente Hamilton Mourão cobrou do ministro Gilmar Mendes se corrija da ofensa feita ao Exército se “tiver grandeza moral”.
Só para ilustrar, Mendes compõe o quadro de 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Mourão disse que se “tiver grandeza moral” Gilmar Mendes, “corrige” a declaração de que o Exército se associou a um “genocídio”.
Mendes, por sua vez, atribuía essa associação à gestão da pandemia do coronavírus (covid-19).
Mourão deu a declaração ao ser questionado se Gilmar deveria se desculpar pela fala, feita pela internet no sábado (11).
O ministro criticou, contudo, a presença de militares da ativa no Ministério da Saúde, como o general Eduardo Pazuello.
O militar responde de forma interina pela pasta desde maio e levou nomes do Exército para a pasta.
A fala de Gilmar recebeu, entretanto, críticas do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva .
Ao mesmo tempo, houve críticas também dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.
Em nota, a Defesa repudiou as afirmações e informou que enviaria uma representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ministro do STF.
Mendes se explica
Nesta terça, Gilmar divulgou uma nota para explicar a declaração. Ele esclareceu que respeita as Forças Armadas, mas que não cabe a elas formular políticas públicas de saúde.
Para Mendes, pior ainda em um momento de pandemia.
Questionado sobre a nota, Mourão afirmou que Gilmar deveria admitir que usou um “termo forte” ao usar a palavra genocídio.
Indagado se o ministro deveria se desculpar, o vice-presidente disse que a correção mostraria “grandeza moral” do ministro.
“É do foro íntimo dele [se desculpar]. Se ele tiver grandeza moral, ele fará isso, corrige o que falou”, disse.
Com informações do G1
Foto: Antônio Cruz/ABr – 20/01/2020