Depois da troca na direção-geral da Polícia Federal (PF) , a Diretoria de Combate ao Crime Organizado e à Corrupção da corporação (Dicor) também passará por mudança. Um dos nomes mais cotados para delegado responsável, o quarto desde o início do governo de Jair Bolsonaro (PL), é Caio Rodrigo Pellim, atualmente na Superintendência Regional do Ceará.
Hoje, o diretor é Luís Flávio Zampronha, que está no cargo desde abril do ano passado, quando Paulo Maiurino assumiu como diretor-geral. Zampronha deixa a diretoria para ir para o Ministério da Justiça. A decisão pela mudança é do novo diretor-geral da PF , Márcio Nunes, que assumiu o comando da corporação na semana passada.
Dicor
A Dicor está vinculada à equipe para inquéritos que miram políticos que estão no cargo, incluindo o presidente da República. Uma das investigações apura se Bolsonaro interferiu no comando da PF para proteger parentes e aliados .
A Folha de S.Paulo revelou que, em 2021, foram registradas 164 prisões nessa área, uma redução de 60% em relação às 411 efetuadas ao longo de 2020.
Senador recorre ao STF
Após a confirmação da abertura de inquérito contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta quinta-feira (3), o novo diretor-geral da Polícia Federal , Márcio Nunes, anunciou mudanças na divisão que investiga autoridades , inclusive o chefe de Estado brasileiro. Por efeito, o senador Randolfe Rodrigues (Rede/AP), autor da denúncia sobre a fake news da vacina junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), pediu, no inquérito n. 4831, que a PF seja proibida de realizar mudanças na gestão durante as investigações.
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O inquérito 4831 foi aberto por conta de denúncias feitas pelo ex-juiz Sergio Moro, ao deixar o cargo de ministro da Justiça. Na ocasião, ele defendeu que o Palácio do Planalto estaria tentando interferir no comando da PF.
“Requer que o STF determine a obrigação de não realização de quaisquer mudanças nas funções comissionadas da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado ( Dicor) e da Diretoria de Inteligência Policial ( DIP), bem como em seus órgãos subordinados, até a conclusão dos inquéritos em curso contra investigados com foro privilegiado, devendo ser solicitada previamente ao Eg. STF qualquer alteração em tais cargos para a devida autorização prévia”, diz a nota.
Além da Dicor, o parlamentar pede que a determinação do STF se estenda também para a Diretoria de Inteligência Policial (DIP), bem como para seus órgãos subordinados.
Fake news
Durante uma transmissão pelas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro fez uma declaração associando a vacina contra covid-19 com o desenvolvimento de Síndrome da Imunodeficiência Humana (Aids). A afirmação foi amplamente desmentida por autoridades científicas. Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o inquérito foi aberto no dia 3 de dezembro. A Polícia Federal instaurou a apuração no dia 23 de fevereiro.
Bolsonaro é investigado neste inquérito pelos crimes de epidemia, de infração de medida sanitária preventiva e de incitação ao crime.
O inquérito será conduzido pela delegada responsável pelo caso, Lorena Nascimento, que atua na Coordenação de Inquéritos nos Tribunais Superiores (Cinq) da PF, alojado na Dicor. Entre as primeiras medidas, está a instrução para que a Coordenação-Geral de Cooperação Internacional cheque junto ao Departamento de Saúde e à Assistência Social do Reino Unido se o país divulgou, em seus sites oficiais, a informação de que “os totalmente vacinados […] estão desenvolvendo a síndrome de imunodeficiência adquirida muito mais rápido do que o previsto”.
A investigação também deverá conferir, no Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (Niaid), dos Estados Unidos, publicações de profissionais que compõem o instituto, em especial do médico imunologista Anthony Fauci. O objetivo é descobrir se existem estudos concluindo que a maioria das mortes da gripe espanhola tenha acontecido devido a uma pneumonia bacteriana secundária, e que a proliferação dessa bactéria esteja associada ao uso de máscaras.
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Foto: Clauber Cleber Caetano/PR