Para Bolsonaro, Brasil é vítima de campanha “brutal” de desinformação sobre a Amazônia
Conforme Jair Bolsonaro, a floresta amazônica é úmida e só pega fogo nas bordas e os responsáveis pelas queimadas são “índios” e “caboclos”

Publicado em: 23/09/2020 às 09:59 | Atualizado em: 23/09/2020 às 10:07
O presidente Jair Bolsonaro fez um discurso nesta terça-feira (22) na 75ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). A fala foi apresentada por meio de um vídeo gravado. Por causa da pandemia do coronavírus (covid-19), a reunião teve de ser virtual.
De acordo com Bolsonaro, o Brasil é “vítima” de uma campanha “brutal” de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal.
Segundo ele, a floresta amazônica é úmida e só pega fogo nas bordas e os responsáveis pelas queimadas são “índios” e “caboclos”.
Leia mais
Bolsonaro mente na ONU ao culpar indígenas pelas queimadas, diz Apib
Conforme o presidente, as orientações para as pessoas ficarem em casa na pandemia “quase” levaram o país ao “caos social”.
“Por decisão judicial, todas as medidas de isolamento e restrições de liberdade foram delegadas a cada um dos 27 governadores das unidades da federação. Ao presidente, coube o envio de recursos e meios a todo o país”.
No entanto, em abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os governos estaduais e municipais têm poder para determinar regras de isolamento em razão da pandemia.
Dessa forma, a decisão da Corte reconheceu a autonomia das cidades e dos estados de tomar decisões na pandemia, mas não eximiu o governo federal de responsabilidade sobre a crise de saúde.
“Não eximiu, pelo contrário, reforçou a competência dos Executivos”, afirmou o ministro Luiz Fux (STF) em uma live transmitida pelo jornal “O Globo” em junho.
“O Supremo não exonerou o Executivo federal das suas incumbências porque a Constituição Federal prevê que, nos casos de calamidade, as normas federais gerais devem existir”, disse Fux.
Leia levantamento feito pelo portal G1 sobre as principais declarações de Bolsonaro na ONU.
Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República