O partido fundado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, interveio no parlamento europeu para ameaçar o acordo UE-Mercosul.
O Parlamento da União Europeia aprovou emenda em que demonstra “extrema preocupação” com as políticas ambientais do Brasil.
Afirma, enfaticamente, que o acordo de livre comércio com o Mercosul não pode ser ratificado nas condições atuais.
A emenda foi incluída em um relatório sobre as políticas comerciais comunitárias escrito pelo eurodeputado sueco Jorgen Warborn, de centro-direita.
A alteração, no entanto, foi proposta pela delegação europeia do partido de centro A República Em Marcha . Esse partido foi fundado pelo presidente da França, Emmanuel Macron.
O acordo
O artigo 36 do texto original louva o acordo comercial entre UE e Mercosul como “maior” desse tipo entre dois blocos.
Destaca ainda a criação de uma “área de livre mercado mutuamente benéfica para aproximadamente 800 milhões de cidadãos”.
Além disso, ressalta que o tratado contém um “capítulo vinculante sobre desenvolvimento sustentável que deve ser completamente implantado”.
Incluía-se, também, o respeito às normas do Acordo de Paris sobre o clima, conforme publicação do portal Terra.
A emenda dos eurodeputados franceses manteve esses trechos inalterados. No entanto, acrescentou, no fim do artigo, uma passagem que ameaça o acordo.
Diz que o Parlamento da UE está “extremamente preocupado com as políticas ambientais de Jair Bolsonaro, que vão contra os compromissos assumidos no Acordo de Paris, principalmente em relação ao combate ao aquecimento global e à proteção da biodiversidade”.
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A ameaça
A emenda também “enfatiza que, nessas circunstâncias, o acordo UE-Mercosul não pode ser ratificado do jeito que está”.
A alteração no relatório de Warborn foi aprovada, nessa terça-feira (6), com placar de 345 votos a favor e 295 contrários, mas não é vinculante.
Em setembro passado, o governo da França já havia declarado sua oposição ao atual acordo com o Mercosul devido a “grandes preocupações” a respeito do desmatamento.
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Foto: Fotos Públicas/União Europeia