Pensando na bancada em 2022, PP quer Bolsonaro mesmo capenga
No caso do PP, lideranças calculam que, somando os votos de legenda com a força de puxadores de voto como os deputados Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli, ambos do PSL, mas candidatos certos a migrar para o PP junto com o ex-capitĂ£o, o partido conseguiria aumentar em atĂ© um terço a sua bancada

Publicado em: 04/10/2021 Ă s 11:52 | Atualizado em: 04/10/2021 Ă s 11:52
Importantes lideranças do bloco do “centrĂ£o” jĂ¡ falam abertamente na possibilidade de derrota do presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.
Para representantes do PP, uma das principais siglas do bloco, a Ăºnica forma de o ex-capitĂ£o chegar “minimamente competitivo” na disputa Ă© de crescer entre o eleitorado das chamadas classes D e E, onde estĂ£o os que vivem entre a pobreza e a extrema pobreza.
Isso porque, na visĂ£o desses aliados, a queda no apoio ao presidente no segmento da classe mĂ©dia — iniciada na pandemia e aprofundada com o impacto da inflaĂ§Ă£o sobre o preço dos combustĂveis e dos alimentos — jĂ¡ seria irreversĂvel. O Ăºltimo DataFolha mostrou que foi nesse grupo que mais cresceu a rejeiĂ§Ă£o a Bolsonaro, hoje em inĂ©ditos 53%.
Mas ainda que o horizonte pareça plĂºmbeo para o ex-capitĂ£o, lideranças do PP nĂ£o apenas desconsideram abandonĂ¡-lo por enquanto como defendem a sua filiaĂ§Ă£o Ă sigla com base num cĂ¡lculo simples.
Forte no Nordeste, o PP de Ciro Nogueira praticamente nĂ£o tem penetraĂ§Ă£o, por exemplo, em SĂ£o Paulo, onde a aprovaĂ§Ă£o de Bolsonaro se mantĂ©m relativamente alta.
Como o que conta para as legendas sĂ£o as cifras do fundo partidĂ¡rio e eleitoral — e como o valor desses fundos depende sobretudo do nĂºmero de votos para deputados federais que elas conseguem amealhar— a influĂªncia do presidente em colĂ©gios eleitorais importantes como SĂ£o Paulo e Rio de Janeiro pode ser determinante para estufar os cofres da sigla, garantindo poder e influĂªncia aos seus caciques.
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No caso do PP, lideranças calculam que, somando os votos de legenda com a força de puxadores de voto como os deputados Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli, ambos do PSL, mas candidatos certos a migrar para o PP junto com o ex-capitĂ£o, o partido conseguiria aumentar em atĂ© um terço a sua bancada na CĂ¢mara, hoje de 42 parlamentares.
Num momento em que o PSL se une ao DEM para formar um super-partido e o PSD se prepara para entrar em campo com um candidato Ă PresidĂªncia, ter em seus quadros um presidente da RepĂºblica, ainda que capenga, Ă© o melhor que o PP pode querer.
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Foto: divulgaĂ§Ă£o