A Polícia Federal (PF) indica o pagamento de propina em parte dos recursos recebidos pelo pastor Arilton Moura para as ditas “obras missionárias” da igreja evangélica.
A conclusão está em um relatório da operação Acesso Pago, deflagrada ontem e que resultou na prisão de cinco pessoas, incluindo o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro (foto ).
O grupo é investigado por um suposto esquema de corrupção no MEC (Ministério da Educação).
Procurado por UOL, a defesa de Arilton afirmou que não vai comentar o assunto.
Já o advogado Daniel Bialski, que faz a defesa do ex-ministro, negou relação de Ribeiro com os fatos.
“Isso tudo me parece abuso de poder e ativismo judicial porque efetivamente inexiste um ato direto e ou indireto que possa relacionar o ministro [Milton Ribeiro] a qualquer desvio e ou prática criminosa”, disse.
Depósitos
Na investigação, o empresário de Piracicaba (SP) José Edvaldo Brito comprovou que depositou R$ 67 mil em contas que, segundo ele, foram indicadas pelo pastor Arilton para “auxílio para obras missionárias de sua igreja”.
Uma das três transferências bancárias era de R$ 30 mil e foi feita na conta do genro do pastor e ex-assessor da prefeitura de Goiânia Hélder Diego Bartolomeu.
O pagamento foi efetuado em 5 de agosto de 2021 pelo amigo de Edvaldo, Danilo Felipe Franco. Ao todo foram três transferências para pessoas ligadas a Arilton.
“Helder teve sua conta utilizada para receber propina e também viajou com a comitiva dos pastores”, diz relatório da PF.
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O pagamento dos R$ 67 mil ocorreu após Brito tentar uma audiência com Milton Ribeiro, na época à frente do MEC.
Para isso, o empresário acabou procurando Arilton e o pastor Gilmar Santos, ambos da Convenção das Assembleias de Deus Cristo para Todos, que teriam intermediado o encontro.
Brito se reuniu com Ribeiro, que gravou vídeo prometendo levar um “gabinete itinerante” a Nova Odessa (SP).
Para realizar o evento, Arilton solicitou passagens aéreas para uma comitiva que incluía o genro Hélder Bartolomeu e também pediu doações para obras missionárias.
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Foto: Fábio Pozzebom/Agência Brasil