Polêmico chefe da Fundação Palmares tira Marina Silva da lista de honra

Sérgio Camargo anunciou, em junho, ter determinado a revisão da lista para que “ícones da esquerda vitimista” deixassem de ser homenageados

Diamantino Junior

Publicado em: 14/10/2020 às 06:55 | Atualizado em: 14/10/2020 às 06:54

O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, anunciou a retirada da ex-ministra Marina Silva da lista de personalidades negras da entidade.

A decisão foi tomada nesta terça-feira (13).

“Marina não tem contribuição relevante para a população negra do Brasil. Disputar eleições não é mérito. O ambientalismo dela vem sendo questionado e não é o foco das ações da instituição”, escreveu Sérgio Camargo no Twitter.

 

História de luta

 

Nascida em um seringal no Acre, Marina Silva foi senadora da República entre 1995 e 2011 e ministra do Meio Ambiente de 2003 a 2008, no governo Lula.

Ela fundou o partido Rede Sustentabilidade, pelo qual se lançou à Presidência da República nas últimas eleições.

 

 Decisão anunciada

 

A medida tomada hoje por Camargo havia sido anunciada em junho, quando ele afirmou ter determinado a revisão da lista para que “ícones da esquerda vitimista” deixassem de ser homenageados.

No começo do mês, o nome da deputada federal e candidata do PT à Prefeitura do Rio, Benedita da Silva, deixou de integrar o rol de homenageados no site da fundação.

 

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Sérgio Camargo assumiu a Fundação Palmares em janeiro de 2019.

O órgão é voltado para a promoção da cultura afro-brasileira.

O jornalista é conhecido pela negação reiterada do racismo estrutural no Brasil e já defendeu o fim do feriado da Consciência Negra e a extinção do movimento negro.

Ele chegou a afirmar que a escravidão foi “benéfica para os descendentes” de escravizados no país.

Do mesmo partido de Marina, o senador Randolfe Rodrigues (AP) defendeu a ex-ministra afirmando que ela é reconhecida mundialmente na sua luta em defesa do meio ambiente e dos povos da floresta. “A violência dos bossais do poder não é maior que a força da sua história”, escreveu no Twitter.

 

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Foto: BNC Amazonas