Polícia captura suspeitos do assassinato de PMs no rio Abacaxis

As prisões de suspeitos da execução de policiais militares em Nova Olinda chegam a 15 com mais essas quatro de hoje.

policia, assassinato, pms, rio, abacaxis

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 17/08/2020 às 15:23 | Atualizado em: 17/08/2020 às 15:23

A Polícia Civil do Amazonas capturou, nesta segunda-feira (17), mais quatro suspeitos do assassinato de dois PMs no rio Abacaxis. Com mais essas prisões, sobe para 15 o número de suspeitos presos.

A operação foi deflagrada em Nova Olinda do Norte, onde atua uma organização criminosa. O Município de Nova Olinda fica a 135 quilômetro de Manaus, no rio Madeira.

De acordo com a polícia, os criminosos são responsáveis pelo dupla execução de policiais militares (na foto, armas apreendidas).

Conforme os relatos, os PMs da Companhia de Operações Especiais (COE), foram mortos em 3 de agosto. Eles estavam em missão no rio Abacaxis, na região do rio Madeira. 

Os mandados de prisão preventiva, expedidos pela Justiça do Amazonas, foram cumpridos nas primeiras horas da manhã. 

Entre os presos estão três irmãs de Valdelice Dias da Silva, o Bacurau, identificado nas investigações como o líder da organização.

Bacurau é conhecido pela prática crimes como tráfico de drogas, homicídio, ameaça e crimes ambientais.

Essas pessoas já tinham sido presas por tráfico de drogas, de acordo com a polícia. 

 

Líder comunitário e olheiro

O outro preso é o presidente da Associação Nova Esperança do Rio Abacaxis (Anera), que comandava abordagem armada às embarcações.

No dia do duplo homicídio, entretanto, repassou informações os policiais para Bacurau. 

Segundo o delegado Cícero Túlio, que coordena as investigações sobre, testemunhas relataram a atividade criminosa do grupo.

Além disso, os criminosos cultivam entorpecente, andavam ostensivamente armados e saqueavam embarcações. 

Leia mais:

 

Força Nacional chega a Nova Olinda para apoiar combate ao tráfico

 

A Advocacia Geral da União já havia, entretanto, considerado ilegal a prática das fiscalizações clandestinas realizadas pela associação.

“O presidente da Anera figura como uma liderança comunitária responsável por fiscalizações ilegais à embarcações que navegam no rio Abacaxis. Durante as investigações foi possível constatar que possuía vínculo com o Bacurau, que era quem fazia as abordagens com armas aos que adentravam na região, culminando com saques a essas embarcações”, disse o delegado.

 

Índio assassinado

Um mês antes da operação do PMs mortos em emboscada, o bando de Bacurau matou com 16 facadas o filho de um cacique Maraguá.

A região reivindicada pelos povos indígenas vinha sendo invadida pelos criminosos.

Desde então, os criminosos ameaçavam moradores locais e viam a livre circulação no rio uma ameaça ao tráfico de drogas.  

Além das prisões realizadas nesta segunda (17), o trabalho das polícias em Nova Olinda do Norte resultou em outras prisões. 

Outros 11 infratores foram presos, em flagrante, além da apreensão de 13 armas de fogo, e a localização de quatro plantações de maconha. 

 

Foto: Divulgação/SSP-AM