A Polícia de São Paulo está descobrindo como criminosos conseguem ter acesso a contas bancárias de vítimas de iPhones furtados. O golpe é aplicado também em smartphones. O que parecia ser complexo e inovador, se revelou simples.
Ao contrário do que se imaginava, os bandidos não contavam com softwares avançados para desbloquear os aparelhos da Apple , mas sim, informações fornecidas pelos próprios donos.
Em matéria divulgada pela Folha de S. Paulo na quarta-feira (7), a polícia explicou que começou a desvendar o mistério após o Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) prender uma quadrilha em novembro de 2020.
De acordo com o delegado Fabiano Barbeiro, tudo começa com os criminosos removendo o chip do aparelho furtado e colocando em outro desbloqueado.
Bandidos requerem uma proposta falsa de cadastro e roubam dados pessoais dos trabalhadores
Em seguida, eles passavam a pesquisar redes sociais, como Facebook e Instagram, que o número de telefone está vinculado. A partir disso, descobriam e-mails que as vítimas utilizam usualmente e na sequência usavam isso para acessar backups armazenados na nuvem.
Vítimas fornecem dados
Com acesso a todas as informações das vítimas, os criminosos passam a buscar dados com nome de “senha”.
E segundo Barbeiro, é comum encontrar esse tipo de informação em serviços de nuvem como Drive e iCloud.
Um dos focos dos delinquentes é o Notes, disponível na nuvem da Apple. É comum, usuários armazenarem senhas de banco e de cartão de crédito no aplicativo.
Para finalizar o golpe, o chip volta ao celular roubado. E com as senhas em mãos, passa para outro membro da quadrilha que termina fazendo todas as transferências bancárias.
Um dos suspeitos presos é um técnico de informática de 22 anos, que disse à polícia que conhece pelo menos três pessoas que ensinam criminosos interessados em obter senhas de smartphones roubados.
Além disso, há um grupo de nigerianos conhecidos por terem aparelhos receptados e, principalmente, por terem softwares capazes de desbloquear os celulares.
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Foto: Olhar Digital/reprodução