David Almeida faz avaliação pessimista do futuro do país sem vacina e isolamento
David Almeida avaliou para a Folha de S.Paulo a flexibilização das medidas no Amazonas e alerta o país para o ataque das variantes do coronavírus

Aguinaldo Rodrigues
Publicado em: 06/03/2021 às 10:53 | Atualizado em: 06/03/2021 às 10:53
Para o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), capital que primeiro enfrentou a segunda onda do coronavírus (covid), o Brasil pode “esperar o pior”.
Conforme ele, as demais cidades do Brasil podem viver “o que vocês nunca viram”.
A avaliação pessimista do prefeito da capital do Amazonas foi feita nesta sexta (5), dia em que o Governo do Estado anunciou mudanças no decreto de medidas contra a doença. Para Almeida, a flexibilização de atividades não essenciais está “muito veloz”.
Sobre a preocupação com o futuro do país diante da epidemia, ele considera que a variante brasileira do vírus é “incontrolável” e que a falta de vacina pode trazer “terceira, quarta, quinta onda”.
Dessa maneira, defendeu o lockdown como única medida capaz de salvar vidas. “Se não fechar tudo, vão passar pelos mesmos problemas de Manaus”.
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Cidade da “operação cloroquina”
A cidade de Almeida está no centro da investigação contra o governo Bolsonaro por causa da “operação cloroquina” montada pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. No auge da crise da falta de oxigênio em Manaus, o governo federal fez pressão sobre a prefeitura para uso do “tratamento precoce”.
À Folha, contudo, Almeida afirma que o único tratamento precoce que existe é o isolamento social. “Estamos aprendendo pela dor”, disse.
“Só tem um tratamento: distanciamento social. Se tem tratamento precoce é o isolamento. Vejo com muita preocupação a situação do restante do país. Espero que não aconteça o que aconteceu em Manaus, que foi muito, muito por desobediência ao distanciamento, pouco uso de máscara. As pessoas só vão sentir na pele quando estiverem com alguém próximo precisando de atendimento e não conseguir”.
De acordo com o prefeito, o comércio local exerce pressão pela reabertura rápida, o que tem levado a “resultados catastróficos”.
Leia a opinião completa de David Almeida na coluna Painel, da Folha.
Foto: Dhyeizo Lemos/Semcom