Procuradores não aceitam chefia da PGR escolhida por Bolsonaro

Procuradores da República se manifestaram, nesta segunda-feira (9), em vários estados, contrários à escolha de Augusto Aras para chefiar a Procuradoria-Geral da República. A preferência é do presidente Jair Bolsonaro. Segundo o portal Terra, com faixa na mão e cartazes colocados na porta do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, cerca de 25 procuradores […]

09/09/2019 20:35

Procuradores da República se manifestaram, nesta segunda-feira (9), em vários estados, contrários à escolha de Augusto Aras para chefiar a Procuradoria-Geral da República. A preferência é do presidente Jair Bolsonaro.

Segundo o portal Terra, com faixa na mão e cartazes colocados na porta do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, cerca de 25 procuradores da República fizeram a manifestação (na foto, o movimento de Santa Catarina).

O ato durou menos de meia hora, informa o Terra, mas contou com a presença de alguns membros da força-tarefa da operação Lava Jato no Rio de Janeiro.

A faixa estendida pelos procuradores defendia a independência do MPF e a escolha do procurador-geral via lista tríplice eleita pela categoria e entregue ao presidente Jair Bolsonaro.

Os cartazes defendiam o combate à corrupção e a punição dos corruptos.

Uma carta da Diretoria da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) também foi lida durante a manifestação.

“Hoje, a carreira se mobiliza para defender, publicamente, as bandeiras da autonomia do Ministério Público, da independência de seus membros e da manutenção do mecanismo democrático de escolha de suas funções mais relevantes, a partir da participação e eleição dos seus pares, cientes de que essas são garantias fundamentais estabelecidas, ao fim e ao cabo, em favor da própria sociedade brasileira”, diz a carta, cujo trecho destacado está no Terra.

Os procuradores disseram estar preocupados com a escolha de Aras e que ficarão vigilantes com o trabalho que será feito pelo novo PGR.

Escolha presidencial

A indicação de Aras foi formalizada por Bolsonaro na quinta-feira passada, dia 5. Para assumir o cargo, ele passa por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e precisa ainda ter seu nome aprovado pelo plenário da Casa.

Nesta segunda-feira, Aras se reuniu com a atual procuradora-geral, Raquel Dodge, cujo mandato se encerra no dia 17.