Salles sugere que países ricos paguem para proteger a Amazônia

Publicado em: 09/10/2019 às 13:41 | Atualizado em: 09/10/2019 às 13:41
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sugeriu que países ricos paguem para que áreas da Amazônia que poderiam ser legalmente desmatadas continuem intactas.
Ao jornal Financial Times, ele afirmou que um valor de 120 dólares por ano por hectare seria suficiente para remunerar fazendeiros e moradores locais que não explorassem suas terras.
Proprietários de terras na Amazônia têm direito de explorar até 20% de suas áreas, segundo o Código Florestal.
O mecanismo sugerido por Salles seria aplicado a essas áreas privadas passíveis de serem exploradas dentro da lei, e não a unidades de conservação ou terras indígenas, nas quais 100% do território devem ser mantidos intacto.
“O custo de oportunidade [de preservar a floresta] deve ser pago por alguém, e quando nós dizemos alguém, isso significa aqueles que têm os fundos ou as fontes financeiras necessárias para isso”, afirmou o ministro.
Segundo o Financial Times, se a proposta de Salles fosse aplicada a toda a área da Amazônia que pode ser explorada legalmente, o montante a ser transferido seria de 12 bilhões de dólares por ano.
No início de outubro, Salles foi a Berlim e a Londres para conversar com representantes de governos, empresas e jornalistas em um esforço para melhorar a imagem do país após a alta no desmatamento e de queimadas na Amazônia.
A França e a Irlanda anunciaram que poderiam bloquear o acordo de livre comércio entre a União Europeia e Mercosul, e empresas e fundos de financiamento ameaçaram com boicotes e redução de investimentos no Brasil.
Na Alemanha, Salles tentou reaver uma verba de 155 milhões de reais para projetos de conservação florestal no Brasil que havia sido congelada em agosto, mas não obteve sucesso.
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil