Comércio deixa de faturar R$ 50 bilhões sem o auxílio emergencial

No Congresso, já há pelo menos 14 projetos para estender o benefício até que a situação da covid-19 seja controlada no país

Sem auxílio emergencial, comércio deixa de faturar R$ 50 bilhões

Da Redação do BNC AMAZONAS

Publicado em: 11/02/2021 às 09:17 | Atualizado em: 11/02/2021 às 11:28

O comércio deixará de faturar quase R$ 50 bilhões injetados diretamente em compras por pagamento digital, se não houver auxílio emergencial.

Segundo a Caixa Econômica Federal, somente por meio do aplicativo, o benefício movimentou em lojas e supermercados no ano passado R$ 47,6 bilhões.

Por exemplo, desse total, foram R$ 35,5 bilhões em compras por cartão virtual e R$ 12,1 bilhões em QR Code.

Conforme o R7, o valor que deixará de ser gasto é apenas um dos impactos que o encerramento do programa pode provocar no setor.

Mesmo com a pandemia de coronavírus, o comércio fechou o ano de 2020 com alta de 1,2%, de acordo com dados do IBGE divulgados nesta quarta-feira (10).

Setores

Houve crescimento em setores como de material de construção (10,8%), móveis e eletrodomésticos (10,6%), farmácia (8,3%) e alimentação (4,8%).

Para o economista Guilherme Dietze, assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo(FecomercioSP), o auxílio emergencial foi fundamental para o varejo e, se não houvesse o benefício, a queda teria sido muito maior.

Poder de compra

O cenário, explica o economista, ainda é de cautela nesse início de ano, com o fim do auxílio emergencial e aumentos expressivos nos preços dos alimentos, o que diminui o poder de compra da população.

“Os varejistas vão ter que ficar mais atentos para poder postergar período de promoções para continuar atraindo o consumidor que não está seguro no seu emprego e tem medo dessa segunda onda de covid”, explica Dietze.

Retorno do auxílio

O presidente Jair Bolsonaro admitiu nesta quarta-feira (10) que um novo auxílio emergencial voltou à mesa de negociações, mas advertiu que “não há dinheiro no cofre” e qualquer pagamento será feito com endividamento do governo.

Apesar das resistências, o Ministério da Economia discute a possibilidade, mas desde que tenha um acordo com o Congresso para aprovação rápida de medidas de corte de gastos.

No Congresso, já há pelo menos 14 projetos para estender o benefício até que a situação da covid-19 seja controlada no país.

Além disso, os novos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), colocaram a volta do auxílio como uma das prioridades das duas Casas neste primeiro semestre.

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Foto: Marcello Casal/ Agência Brasil