O governo de Jair Bolsonaro não conseguirá evitar a saída do país de investidores estrangeiros preocupados com o aumento do desmatamento apenas mudando de retórica sobre o assunto. Sobretudo sem tomar medidas concretas contra a destruição.
Conforme reportagem da BBC News Brasil, a respectiva avaliação é do ambientalista e pesquisador Carlos Rittl , doutor em biologia tropical e ex-secretário-executivo do Observatório do Clima. Esta, portanto, é uma das principais organizações brasileiras sobre mudança climática.
Atualmente, Rittl pesquisa a relação entre economia global e desmatamento.
Nos últimos dias, o governo brasileiro tem trabalhado para tentar acalmar representantes de fundos de investimentos estrangeiros. Sobretudo, eles têm demonstrado preocupação com o aumento do desmatamento na porção brasileira da Floresta Amazônica.
Na manhã de quinta-feira (9), por exemplo, o vice-presidente Hamilton Mourão realizou uma videoconferência. A propósito foi realizada com investidores para apresentar iniciativas do governo na área ambiental.
Participaram do encontro os ministros Braga Netto (Casa Civil), Tereza Cristina (Agricultura), Ricardo Salles (Meio Ambiente), Ernesto Araújo (Relações Exteriores), e Fábio Faria (Comunicação). Além deles, esteve o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Os fundos que estavam representados na videoconferência somam US$ 4,6 trilhões em ativos.
No fim de junho, um grupo de investidores estrangeiros enviou carta aberta a embaixadas brasileiras no Japão, nos Estados Unidos. Bem como em diversos países europeus, manifestando preocupação com a política ambiental do país.
Atualmente, Carlos Rittl é pesquisador sênior visitante da Universidade de Potsdam, na Alemanha. Em suma, a pesquisa dele é sobre o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. Entretanto, a ratificação deste instrumento está agora em risco, diz ele, diante da política atual do Brasil para o meio ambiente.
De acordo com o pesquisador os investidores sabem dos inúmeros problemas que envolvem a questão do desmatamentos. Além disso, ele afirmou que “não vão ser convencidos por uma retórica, ou uma estratégia de comunicação. Não é o marketing que vai conseguir mascarar o que os satélites mostram”.
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Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
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