Venezuela oferece recompensa para prender opositor de Maduro
DecisĂ£o ocorre dias antes da posse do presidente NicolĂ¡s Maduro para mais um mandato.

Publicado em: 04/01/2025 Ă s 12:43 | Atualizado em: 04/01/2025 Ă s 12:43
O governo da Venezuela anunciou uma recompensa de US$ 100 mil por informações que levem Ă prisĂ£o do opositor Edmundo GonzĂ¡lez, candidato que disputou as eleições contra Maduro em julho de 2024. A medida acontece Ă s vĂ©speras da posse de NicolĂ¡s Maduro para seu terceiro mandato. ApĂ³s se exilar na Espanha, GonzĂ¡lez prometeu retornar Ă Venezuela depois de uma turnĂª por paĂses da AmĂ©rica Latina, começando pela Argentina. A posse de Maduro ocorrerĂ¡ no dia 10 de janeiro.
A oposiĂ§Ă£o tem contestado a legitimidade da eleiĂ§Ă£o, acusando fraude devido Ă falta de divulgaĂ§Ă£o dos dados por mesa de votaĂ§Ă£o.
O governo, por outro lado, afirma que a eleiĂ§Ă£o foi vĂ¡lida e acusa os Estados Unidos de apoiar um golpe de Estado.
O Corpo de Investigações Penais da Venezuela (CICPC) publicou cartazes com a foto de GonzĂ¡lez, acusando-o de diversos crimes, incluindo conspiraĂ§Ă£o e instigaĂ§Ă£o Ă desobediĂªncia, e oferecendo a recompensa por informações que levem Ă sua prisĂ£o.
Edmundo GonzĂ¡lez, que foi acusado de incitar um golpe de Estado ao nĂ£o reconhecer os resultados oficiais das eleições, obteve permissĂ£o para se exilar na Espanha apĂ³s um acordo com o governo.
Agora, ele afirma que voltarĂ¡ Ă Venezuela para apoiar a oposiĂ§Ă£o, que organiza manifestações para o dia 10 de janeiro, data da posse de Maduro.

Durante sua viagem pela AmĂ©rica Latina, GonzĂ¡lez serĂ¡ recebido por lĂderes como o presidente argentino Javier Milei e o presidente uruguaio LuĂs Lacalle Pou.
Enquanto isso, apoiadores de Maduro, conhecidos como chavistas, convocam manifestações para defender a posse de Maduro.
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O presidente venezuelano declarou que sairĂ¡ Ă s ruas no dia 10 de janeiro para defender a soberania do paĂs e garantir que a presidĂªncia nĂ£o cairĂ¡ nas mĂ£os da oposiĂ§Ă£o ou do imperialismo.
O governo brasileiro, que nĂ£o reconhece a vitĂ³ria de Maduro sem a apresentaĂ§Ă£o das atas eleitorais, poderĂ¡ enviar a embaixadora GlivĂ¢nia Maria de Oliveira, caso seja convidado para a cerimĂ´nia, em um contexto de tensões diplomĂ¡ticas entre Brasil e Venezuela.
A contestaĂ§Ă£o das eleições venezuelanas por parte da oposiĂ§Ă£o e de diversos paĂses, como Estados Unidos e a UniĂ£o Europeia, estĂ¡ centrada na falta de auditorias e na ausĂªncia de dados transparentes sobre os resultados das mesas eleitorais.
As manifestações contra o resultado levaram Ă morte de dezenas de pessoas e Ă prisĂ£o de mais de 2 mil manifestantes, embora mais de mil detidos tenham sido liberados recentemente.
O governo de Maduro insiste que as eleições foram vĂ¡lidas, pois foram ratificadas pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), e exige que a oposiĂ§Ă£o e os governos estrangeiros respeitem a soberania da Venezuela.
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Fotos: RS via Fotos PĂºblicas