Zé Dirceu sai do cárcere disparando contra Moro e a Lava Jato

Publicado em: 03/05/2017 às 11:06 | Atualizado em: 03/05/2017 às 11:06

Uma carta de 14 páginas teria sido escrita dias antes de deixar a prisão, decisão que saiu ontem, dia 2, por decisão do STF, com votos favoráveis dos ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e a minerva de Gilmar Mendes.

No texto, como uma premonição do que viria a acontecer nesta terça, José Dirceu chama os delatores de “cachorros (presos que, sob tortura, aceitavam mudar de lado) da ditadura”, defendeu uma virada à esquerda do PT, criticou o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e a ação do juiz Sérgio Moro.

Qualificou como golpistas o governo Temer e a mídia. E, diante do risco do ex-presidente Lula da Silva (PT) não ser candidato em 2018, em razão dos processos em que é réu na operação Lava Jato, o petista escreveu:

“Darão outro golpe, condenarão e prenderão Lula? Serão capazes dessa violência e ilegalidade? Veremos”.

No voto contra a soltura de Dirceu, o ministro Celso de Mello acompanhou o relator, Edson Fachin, e ainda argumentou que ele se torna perigoso para as investigações “em face da probabilidade real da prática de delitos gravíssimos, tanto a corrupção passiva, como a lavagem de dinheiro, como a vinculação a organização criminosa”.

O ministro também afirmou que José Dirceu poderia continuar a cometer crimes em liberdade.

“O mais perturbador, porém, em relação a José Dirceu de Oliveira e Silva consiste no fato de que recebeu propina inclusive enquanto estava sendo julgado pelo plenário do Supremo Tribunal Federal”, escreveu Celso de Mello no seu voto.

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Foto: EBC