Para o Curumim-Escritor

Publicado em: 12/08/2019 Ă s 12:18 | Atualizado em: 13/08/2019 Ă s 07:08

Maria do RosĂ¡rio, eu, JĂ´ e Tadeu, no CafĂ© da Saraiva

*Wilson Nogueira

 

A imagem do Tadeu de Souza que guardo na alma e no coraĂ§Ă£o nĂ£o Ă© a do repĂ³rter e apresentador de TV que nos deixou no Ăºltimo dia 6.

O que se imprimiu em mim foi a figura do curumim que queria conquistar tudo aquilo que ele veio a ter e ser pelo saber fazer e pelo fazer o bem.

Esse curumim, gentil e irrequieto, buscava o conhecimento como palco do espetĂ¡culo da vida.

Assim, vem-me Ă  memĂ³ria a persona do Curumim-Escritor que, de partida, jĂ¡ se propunha a escrever um livro sobre a histĂ³ria de Parintins.

Esse e outros livros vieram a ser publicados.

Eu, quando também curumim, observava que esse menino de atitudes precoces se acamaradava tanto de anônimos quanto de destacados nos mais diversos setores da sociedade.

Tadeu morava no Centro. Eu, na Baixa da Xanda, agora mais conhecida como Baixa de SĂ£o JosĂ©.

Nas minhas jornadas de vendedor de tucumĂ£ sempre cruzava com ele, com a admiraĂ§Ă£o renovada.

Eu também queria ser escritor!

AtĂ© hoje nĂ£o sei de onde tirei essa ideia. Mas, com certeza, o Curumim-Escritor ajudou-me a impulsionĂ¡-la.

Adultos, nos tornamos amigos. E compartilhamos algumas paixões: a leitura atenta, o boi-bumbĂ¡ Garantido, o jornalismo, o apego Ă  famĂ­lia e aos amigos, as conversas infindĂ¡veis.

Ideias e motes nĂ£o faltavam para que elas se prolongassem horas a fio.

Hoje sĂ³ nos resta a falta, a perda desse ser Ăºnico que nos deixou precocemente, esvaziando o nosso mundo.

É por esse mundo chamado Tadeu de Souza, Ăºnico entre tantos, que choramos, que ficamos tristes.

E cada um dos seus amigos e admiradores, que nĂ£o sĂ£o poucos, herdarĂ¡ o afeto desse curumim que esteve entre nĂ³s e imprimiu suas pegadas em nossas memĂ³rias.

Boa viagem, amigo.

 

*O autor Ă© jornalista e escritor

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