Apesar da oposição impor derrota ao governo na maioria das votações da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM), derrubar sistematicamente vetos do executivo e ser veemente voz de crítica contra o governo Amazonino Mendes (PDT), nenhuma ameaça de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) avança na casa.
Último caso
A CPI, que emperrou mais recentemente na ALE-AM, foi a proposta pelo deputado estadual Sabá Reis (PR), “líder de David Almeida” na casa. Ele pediu instalação de uma CPI para investigar as dispensas de 172 licitações nos últimos quatro meses do governo de Amazonino Mendes (PDT). Esta proposta não conseguiu a última assinatura para ser aberta. A CPI da Saúde proposta pelo deputado José Ricardo espera há meses duas assinaturas.
Estranho
O estranhamento de que acompanha as sessões do legislativo, é que “segurar” deliberadamente CPIs é postura típica de momentos em que o governo tem maioria na ALE-AM.
Razão
Deputados explica essa paralisia nas CPIS com dois ditos populares: “cão que ladra não morde” e “quem tem teto de vidro não pode atirar pedra”.
Chumbo trocado
Na verdade, tanto o governador Amazonino Mendes como o presidente da ALE-AM, David Almeida, não querem pagar o preço de desgastes além do necessário a cinco meses da eleição. Mas estão com a arma engatilhada apontadas um para o outro.
Teto de vidro
Um novo capítulo da rusga política entre David e Amazonino envolvendo atos administrativos está em contrato feito na gestão interina do deputado no governo na Suhab dando à empresa Ezo Soluções Ltda direito de receber 20% da recuperação de valores do Fundo de Compensação de Valores Salariais da Suhab.
Segundo informação publicada pelo site Portal do Holanda, o contrato teria sido assinado no último dia de governo de David Almeida e cancelado pela atual gestão da Suhab.
Preventiva
Tentado se precaver dos ataques, o deputado Sabá Reis levou a ALE-AM, na quinta-feira, dia 25, o então superintendente da Suhab na gestão David Almeida, Nilson Cardoso, que por dez minutos levou informações sobre o contrato, alegando legalidade.
Estranho 2
Mas, como não havia deputados da base aliada no plenário, Cardoso não foi confrontado. Só o deputado Adjuto Afonso (PDT), depois que Cardoso deixou a tribuna, se aproximou dele e conversou um pouco.