Moraes nega pedido de Jefferson para ficar em hospital particular
Ministro ressaltou que laudo mĂ©dico aponta "absoluta normalidade da situaĂ§Ă£o mĂ©dica do preso", tendo sido recomendado apenas a realizaĂ§Ă£o de exame.

Publicado em: 26/10/2021 Ă s 20:21 | Atualizado em: 26/10/2021 Ă s 20:21
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou um pedido para que o ex-deputado e presidente do PTB, Roberto Jefferson, deixe a prisĂ£o onde estĂ¡, no Rio de Janeiro, e seja transferido para um hospital particular.
Segundo o ministro, “neste momento, verifica-se a plena capacidade do hospital penitenciĂ¡rio em fornecer o tratamento adequado ao preso, nĂ£o havendo qualquer comprovaĂ§Ă£o de que o seu estado de saĂºde exija nova saĂda do estabelecimento prisional”.
Entretanto, o ministro autorizou a visita de médicos particulares.
Moraes ressaltou que laudo mĂ©dico aponta “absoluta normalidade da situaĂ§Ă£o mĂ©dica do preso”, tendo sido recomendado apenas a realizaĂ§Ă£o de exame.
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“Como se vĂª, nĂ£o hĂ¡ qualquer elemento que indique a necessidade de transferĂªncia da unidade prisional para hospital particular, havendo consignaĂ§Ă£o expressa de que os procedimentos mĂ©dicos necessĂ¡rios foram adotados adequadamente”, escreveu o ministro.
Atendimento em Bangu
No domingo (24), a Secretaria de AdministraĂ§Ă£o PenitenciĂ¡ria do Rio de Janeiro informou que Jefferson estava internado em observaĂ§Ă£o no Pronto Socorro Geral Hamilton Agostinho, no Complexo de GericinĂ³, desde a tarde deste sĂ¡bado (23).
Segundo a Seap, ele pediu atendimento mĂ©dico apĂ³s se queixar de dores na lombar.
A nota informa ainda que, por orientaĂ§Ă£o mĂ©dica, Jefferson faria uma ultrassonografia nesta terça-feira (26). Segundo a Seap, “o interno estĂ¡ lĂºcido, verbalizando e seu quadro clĂnico Ă© estĂ¡vel.”
Licença da presidĂªncia do PTB
Na noite de domingo (24), o advogado do ex-deputado informou Ă TV Globo que Roberto Jefferson encaminhou uma carta pedindo licença da presidĂªncia do PTB por tempo indeterminado.
PrisĂ£o preventiva
Jefferson teve a prisĂ£o preventiva (por tempo indeterminado) decretada em 13 de agosto.
A autorizaĂ§Ă£o partiu do ministro Alexandre de Moraes, no Ă¢mbito do chamado “inquĂ©rito da milĂcia digital”, que Ă© uma continuidade do inquĂ©rito dos atos antidemocrĂ¡ticos.
Em setembro, o ministro autorizou que Jefferson deixasse a prisĂ£o para receber tratamento mĂ©dico e manteve o uso de tornozeleira eletrĂ´nica do ex-deputado.
DenĂºncia
Em agosto, a Procuradoria-Geral da RepĂºblica (PGR) denunciou Jefferson por incitaĂ§Ă£o ao crime, ameaça Ă s instituições e homofobia.
Na denĂºncia, a PGR listou sete declarações em que o ex-deputado atacou instituições, e afirma que ele praticou condutas que constituem infrações previstas no CĂ³digo Penal, na Lei de Segurança Nacional e na lei que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.
Inicialmente, a PGR tinha se manifestado contra a prisĂ£o de Jefferson, argumentado que a conduta dele estava protegida pela liberdade de expressĂ£o. Agora, a prĂ³pria PGR vĂª crime nas atitudes do ex-deputado e defende que ele fique em prisĂ£o domiciliar.
A defesa de Jefferson nega as acusações e criticou a denĂºncia da PGR. Segundo os advogados, “o que hĂ¡, em verdade, Ă© uma colcha de retalhos de manifestações midiĂ¡ticas do defendente que em nada representam a prĂ¡tica de qualquer espĂ©cie de crime”.
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Foto: JosĂ© Cruz/AgĂªncia Brasil