Bolsonaro é investigado por ligar vacina contra covid à aids
A ordem da abertura do inquérito é do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e segue pedido realizado pela CPI da covid no Senado
Aguinaldo Rodrigues
Publicado em: 03/12/2021 às 22:42 | Atualizado em: 03/12/2021 às 22:42
O presidente Jair Bolsonaro (PL) virou alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (3), por fazer uma associação à vacina contra covid (coronavírus) com o risco de contrair o vírus HIV e desenvolver aids.
Bolsonaro havia comentado, em sua live semanal, uma notícia publicada na revista Exame cujo título é “Algumas vacinas contra a covid-19 podem aumentar o risco de HIV”. Essa reportagem foi publicada um ano antes da fala de Bolsonaro.
A Exame se baseara em estudo da respeitada revista científica “The Lancet”, que havia sido divulgado em outubro de 2020, conforme publicação do portal Poder360.
Na Lancet, cientistas envolvidos no trabalho afirmavam que algumas vacinas que usavam um adenovírus específico (Ad5) poderiam aumentar o risco de que pacientes serem infectados com HIV, o vírus da aids. Para isso, obviamente, a pessoa precisaria ser exposta ao vírus.
O comentário feito pelo presidente na live em suas redes sociais, no dia 21 de outubro de 2021, custou caro. O YouTube, Facebook e Instagram excluíram o vídeo de suas plataformas.
Inquérito é de Moraes
A determinação da abertura do inquérito é do ministro Alexandre de Moraes e segue pedido realizado pela CPI da covid no Senado.
“Trata-se de manifestação do Presidente da CPI da Pandemia no Senado Federal, por meio da qual requer a instauração de inquérito policial para apuração dos crimes apontados no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito e a aplicação de medidas cautelares de natureza penal em relação ao Presidente da República Jair Bolsonaro”, destaca o documento.
Em sua decisão, o ministro Alexandre de Moares destaca que “não há dúvidas de que as condutas noticiadas do Presidente da República, no sentido de propagação de notícias fraudulentas acerca da vacinação contra a Covid-19, utilizam-se do modus operadi do esquema de disseminação de massa nas redes sociais”.
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Em sua live semanal, realizada no dia 21 de outubro, o presidente Jair Bolsonaro reproduziu trechos de uma notícia falsa que circulava na internet, associando a vacina contra a covid com o desenvolvimento de aids.
“Relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados – quem são os totalmente vacinados? Aqueles que depois da segunda dose, né, 15 dias depois, 15 dias após a segunda dose, totalmente vacinados – estão desenvolvendo a síndrome de imunodeficiência adquirida muito mais rápido do que o previsto, recomendo ler a matéria”, disse Bolsonaro.
Com informações da CNN
Foto: G1/reprodução /redes sociais