Preço da energia sobe 82% em dez anos, com boa ajuda de senador do AM
Em um dos aumentos, e de uma só vez, em outubro de 2015, Eduardo Braga deu 39% na conta da Amazonas Energia

Aguinaldo Rodrigues, da Redação do BNC Amazonas*
Publicado em: 24/01/2022 às 04:00 | Atualizado em: 24/01/2022 às 17:53
O preço da energia elétrica para o consumidor brasileiro aumentou 82% nos últimos dez anos. Entre 2011 e 2021, o custo do Megawatt-hora passou de R$ 340,90 em 2011 para R$ 622,20 em 2021.
Muito desse aumento abusivo se deve ao período em que o ministro das Minas e Energia, do governo de Dilma Rousseff (PT), foi o senador Eduardo Braga, do MDB do Amazonas. Sua gestão no ministério, de 2015 a meados de 2016, foi de total desastre para o consumidor.
Desses 82% de aumento na conta de luz do brasileiro, Braga responde por mais de 66%. Com sua autorização nesse curto período, três reajustes afetaram o bolso do usuário de energia, que são todos os habitantes do país, praticamente.
O morador do Amazonas não esquece esse “presente de grego” que o parlamentar do estado lhe deu.
Em um desses aumentos, e de uma só vez, em outubro de 2015, Braga deu 39% de aumento na conta da Amazonas Energia. Tratava-se, portanto, do terceiro reajuste da gestão do ministro.
Também é da lavra de Braga o “erro de cálculo” na tarifa de energia que nesse período penalizou o brasileiro em R$ 1,8 bilhão. O caso foi alvo de investigação do Tribunal de Contas da União (TCU).
Relatório do órgão concluiu que esse pagamento nas costas do consumidor às concessionárias foi indevido. Como resultado, o TCU julgou que o ministério de Eduardo Braga também foi omisso em não informar esse erro de sua gestão à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Para o relator do processo no TCU, ministro Vital do Rego, “mesmo decorridos vários meses da descoberta do equívoco, não há nos autos menção a qualquer providência para estancar a cobrança indevida”, disse à época.
Até hoje o consumidor não foi ressarcido dessa cobrança indevida e imoral.
Em agosto do ano passado, Braga tentou censurar na Justiça uma campanha em outdoors no Amazonas que expunha prejuízos que ele causou ao amazonense e ao país como ministro. Contudo, sua atitude costumeira dessa vez foi frustrada.
Leia mais
Previsão negativa
Agora, em 2022, a expectativa dos especialistas, no entanto, é que a energia elétrica continue subindo de preço, ultrapassando a inflação.
Até abril próximo, ainda vigora a bandeira de escassez hídrica, com a cobrança adicional de R$ 14,20 para cada 100kWh consumidos.
De acordo com o economista da FGV, André Braz, apesar do alto volume de chuvas em janeiro, uma seca no Sul do país causa pessimismo para a recuperação plena dos reservatórios em 2022.
Além disso, neste ano, estão previstas as revisões tarifárias ou seja aumento de preço das concessionárias Enel e Light.
No caso desta última, a proposta é de aumento de quase 18% para pessoas físicas.
Mais cara
Uma análise da Agência Internacional de Energia (IEA), feita com números de 2018, revela que antes da crise hídrica o Brasil já era o segundo país com a tarifa de energia mais cara do mundo.
Para o consultor de energia elétrica Fernando Umbria, é possível que o Brasil ganhe a liderança quando os números mais recentes forem computados.
Com informações do Extra e do TCU
Foto: Amazonas Energia/rede social/divulgação