PGR diz ao STF para manter investigação de Bolsonaro sobre vazamento

A defesa de Bolsonaro pediu no ano passado uma reconsideração da abertura do inquérito

PGR pede que o Supremo apure atos contra a democracia no país

Ferreira Gabriel

Publicado em: 31/01/2022 às 14:49 | Atualizado em: 31/01/2022 às 14:49

O procurador-geral da República Augusto Aras recomendou manter o inquérito aberto contra Jair Bolsonaro para apurar a suspeita de vazamento de documentos sigilosos de uma investigação da PF a respeito de ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral.

A defesa de Bolsonaro pediu no ano passado uma reconsideração da abertura do inquérito. Aras sugeriu que o pedido fosse rejeitado, recomendação aceita pelo relator, Alexandre de Moraes. O parecer de Aras foi apresentado em 13 de outubro, mas estava em sigilo.

Na petição enviada ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, Aras justificou as razões por ter defendido a manutenção da investigação. Ele escreveu:  

“Há nos autos indícios de que foram reveladas informações relacionadas ao conteúdo do inquérito policial 1361/2018-SR/PF/DF, o qual, segundo a notícia-crime apresentada pelo Tribunal Superior Eleitoral, tramitava em sigilo. Além disso, os elementos colhidos demonstram a existência de anotações do selo de sigilo naquele procedimento, o que justifica a necessidade da manutenção da investigação, inclusive para se chegar à alegada atipicidade”. 

Em outro trecho, o procurador também defendeu a relatoria por Alexandre de Moraes. 

“Há uma potencial área de intersecção entre os procedimentos investigatórios apta a justificar a reunião dos inquéritos sob uma mesma relatoria, na medida em que os elementos informativos neles colhidos proporcionam uma elucidação da verdade dos fatos em exame”. 

Leia mais na coluna de Lauro Jardim em O Globo

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Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF