O senador Plínio Valério (PSDB) deverá anunciar no próximo mês se vai ser candidato ao Governo do Amazonas. Esse anúncio depende, segundo ele, do resultado de pesquisa de intenção de voto que encomendou para saber, de forma científica, se as informações “batem” com o que ele diz já saber de maneira empírica.
“Nas ruas, blogs e nas redes, a gente vê muita rejeição ao pessoal que aí está. Como eu não vou apoiar nenhum dos nomes que foram colocados até aqui, eu admiti a possibilidade de ser candidato ao Governo do Amazonas”, disse Valério.
O senador afirma que tem conversado muito com a direção nacional do PSDB sobre sua possível candidatura ao governo. E, conforme ele, tem obtido carta branca para decidir sobre o que fará e com quem articulará nas eleições 2022.
“A gente vai ver a pesquisa, vai dar uma lida. Eu quero saber o que o meu eleitor pensa da minha saída do Senado, como é que ele acata essa decisão, pois, uma coisa é ele gostar de mim senador, outra coisa é me querer governador. Então, quero ter todas essas informações para não ter dúvidas nenhuma, já que admiti a possibilidade de vir a ser candidato a governador pela necessidade de a gente impedir que o Amazonas retroceda”, disse o senador.
Cobrança das ruas
Segundo Plínio, essa sua pré-candidatura vem das ruas, feiras e do calçadão dos bairros: o povo cobrando uma candidatura alternativa.
“Como eu fui muito bem votado em Manaus, 630 mil votos, é natural que o eleitor me encontre e diga algo assim: o senhor não pode deixar fulano voltar; o senhor tem que ser governador deste estado, tem que se candidatar. Então, isso me fez pensar muito, tenho receio de passar para história como omisso, em uma hora dessas que o retrocesso está patente aí: as três candidaturas colocadas é um verdadeiro retrocesso”.
Valério se refere às pré-candidaturas do governador Wilson Lima (PSC), Amazonino Mendes (quase União Brasil) e Eduardo Braga (MDB).
O pretenso candidato ao Governo do Amazonas afirma ficar “mexido” emocionalmente ao saber que 47% da população do Amazonas, segundo o IBGE, vive abaixo da linha de pobreza.
“Isso entristece muito saber que esses caras são responsáveis por isso. E de repente, eles voltam querendo mais uma vez ter esse mandato. Portanto, a gente tem pensado sim, esse é o fundo de verdade”.
Questionado sobre a viabilidade de sua vitória, ele disse apostar muito na alta rejeição dos três candidatos e em um candidato viável que tenha potencial de voto, que seria o caso dele.
“E isso a gente tem, portanto, não tem como não vencer essa eleição”, afirmou.
Sobre a critica no noticiário político e a nas redes sociais sobre a sua saída do Senado para o Governo do Estado, caso vença a eleição, Valério admite que deixar o mandato de senador para o governo não é uma decisão fácil. Conforme ele, o mandato de senador é mais forte do que o Governo do Estado. Por isso, reluta em deixá-lo.
“Não pensava em sair para Governo do Estado, mas a cobrança é muito grande e, se me for imposto como missão de dar uma alternativa, aí eu toparia porque eu não posso estar feliz e com o sonho realizado quando constato que quase a metade dos meus conterrâneos vive na linha abaixo da pobreza e que eu posso fazer alguma coisa por isso”, afirmou.
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Federação partidária
Mas, a pretensão de Valério pode jorrar água diante da possibilidade de o PSDB, MDB e União Brasil formarem uma federação para estas eleições e nos próximos quatro anos.
Os caciques dessas três legendas já se reuniram, iniciaram as conversas e marcaram para o próximo mês de março o anúncio da decisão.
No Amazonas, caso federação partidária ocorra, o PSDB de Valério e Arthur Neto vai se juntar ao MDB de Braga e ao União Brasil, partido que está sendo disputado pelo governador Lima e por Amazonino.
Questionado sobre essa possibilidade, que enterraria a pretensão de ser candidato ao Governo do Amazonas, Valério respondeu:
“Complicada. Não vejo como prosperar [a federação desses partidos]. Se prosperar, teremos problema”.
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado