Cinco estados têm aumento nas taxas de morte por covid
Mesmo com estabilidade em âmbito nacional, alguns estados já registram alta no número de casos. Amazonas está entre eles

Mariane Veiga
Publicado em: 03/05/2022 às 15:41 | Atualizado em: 03/05/2022 às 16:19
Embora siga em patamar baixo, a média móvel de mortes por covid-19 no Brasil chegou ao quarto dia seguido em alta nesta segunda-feira, com um aumento de 24% em relação ao número de duas semanas atrás.
Ao todo, cinco estados estavam com tendência de alta nos óbitos pela doença. Já os casos seguem uma tendência de estabilidade a nível nacional, o que pode ser reflexo de uma subnotificação pela redução de testes, conforme especialistas.
les recebem com cautela o cenário epidemiológico atual do país, mas acreditam não ser um sinal de alerta ainda e chamam a atenção para a importância de se ampliar a baixa cobertura vacinal com a dose de reforço, que hoje está em cerca de 40% da população.
Entre os estados, o Rio de Janeiro é o maior responsável pela alta de mortes, com um aumento de 278%. Em seguida, estão Goiás, com um número 50% maior de óbitos, Pará, de 25%, Minas Gerais, de 18%, e São Paulo, com o índice 15% superior.
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima e Paraíba, que estavam com uma média de zero mortes, voltaram a contabilizar um óbito por dia.
O crescimento no estado fluminense, no entanto, é também resultado de uma atualização tardia no número geral de óbitos.
O estado registrou 85 mortes a mais na última quarta-feira referentes a 2020, que não haviam sido notificadas ainda e estavam sob análise.
Como a contagem é realizada pela data de inserção no sistema, esses números afetam a média móvel atual, embora não tenham ocorrido neste momento.
Casos em estabilidade
Ainda que as mortes estejam com um leve aumento, o país segue com o número de casos em estabilidade, até mesmo em estados que vivem um crescimento na contagem de óbitos.
Para a epidemiologista Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), isso pode ser explicado por uma queda na testagem entre pessoas sintomáticas, o que mascara o aumento de diagnósticos, mas faz com que o vírus permaneça em alta circulação e, eventualmente, contamine os mais vulneráveis.
“Com toda essa narrativa de fim da pandemia, as pessoas não estão mais fazendo os testes. A gente está numa situação semelhante à do início da pandemia, quando não tínhamos como fazer muitos diagnósticos e víamos um aumento no número de óbitos e internações antes do aumento no número de casos. Só que hoje temos testes, as pessoas que não estão fazendo”, diz a especialista.
Mesmo com estabilidade em âmbito nacional, alguns estados já registram alta no número de casos oficiais. É o caso do Maranhão, com 40% mais casos, Pará com aumento de 48%; Paraná, de 67%; Rio Grande do Sul, de 19%; Minas Gerais; 18%; Rio de Janeiro, de 70%; Alagoas, de 27%; Amapá, de 100%, e Amazonas com 63% mais diagnósticos.
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Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil