Garimpo pode afetar vida de 45 mil indígenas no rio Negro
Dos 60 pedidos da ANM, 25 foram protocolados no governo Bolsonaro

Da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 22/08/2022 às 07:07 | Atualizado em: 22/08/2022 às 21:36
Garimpos aguardam na Agência Nacional de Mineração (ANM) processos para exploração de ouro no rio Negro, que podem afetar a vida de 45 mil indígenas.
Por isso, organizações indígenas contestam na Justiça esses processos ativos. Conforme documento da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn).
Segundo a Folha/Uol, a Foirn protocolou o documento em julho na Justiça Federal do Amazonas.
Com isso, a petição leva em conta um levantamento feito pelo ISA (Instituto Socioambiental).
Sobretudo, a região no noroeste do estado, que engloba a fronteira com Colômbia e Venezuela, é uma das mais preservadas da Amazônia.
Assim, conhecido como Cabeça do Cachorro, pelo formato no mapa, o lugar abriga indígenas de 23 etnias.
Por exemplo, eles vivem em 750 comunidades de nove terras indígenas, nas imediações de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos.
Dessa forma, às margens esquerda e direita do rio Negro estão 61 comunidades, onde vivem 3.800 indígenas que sofreriam os impactos dos garimpos de ouro.
Já às margens dos afluentes do rio estão outras comunidades, o que amplia a população atingida para 45 mil, segundo os dados compilados pelas organizações.
Por conseguinte, os 60 requerimentos ativos na ANM buscam autorizações para pesquisa e exploração de ouro em áreas que somam 149 mil hectares, quase o tamanho da cidade de São Paulo.
Então, a manutenção desses requerimentos contraria decisões da Justiça Federal no Amazonas.
Ou seja, que já determinou a invalidação desses processos diante da ilegalidade da exploração de ouro e outros minérios em áreas de terras indígenas.
O governo Jair Bolsonaro (PL) atua para a liberação dessas atividades na região .
Como resultado, dos 60 pedidos da ANM, 25 foram protocolados no governo Bolsonaro.
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Foto: Reprodução