O senador Humberto Costa (PT-PE), presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, encaminhou ofícios à Procuradoria-Geral do Trabalho, à Defensoria Pública Federal e à Subprocuradoria-Geral dos Direitos do Cidadão solicitando que investiguem as denúncias de assédio moral contra servidores e perseguição política por parte do conselho administrativo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC ) contra a jornalista Kariane Costa, funcionária membro do conselho.
Kariane Costa é servidora da EBC desde 2012, e exerce desde abril de 2021 a função de representante dos empregados dentro do conselho administrativo.
Ao longo de seu exercício, obteve relatos de assédio moral de gestores da organização contra jornalistas por conta do posicionamento político, e testemunhou esforços da diretoria para punir funcionários supostamente insubordinados com transferências obrigatórias e sem aviso prévio.
Os relatos foram encaminhados à ouvidoria interna da EBC, órgão responsável por apurar episódios de assédio moral.
O e-mail contendo as denúncias, porém, vazou para os gestores citados, que retaliaram com a abertura de uma sindicância interna e uma acusação criminal de difamação contra a empresa.
A sindicância resultou em um relatório utilizado pela chefia para solicitar ao diretor-presidente da empresa, Glen Lopes Valente, a demissão por justa causa de Kariane.
Humberto Costa, em seus ofícios, afirma que “causa espanto saber que, no processo de investigação interna, a conselheira Kariane passou de denunciante a denunciada, acusada de cometer injúria, calúnia e difamação contra gestores, concluindo o processo administrativo por sua demissão por justa causa”, havendo necessidade de atuação de órgãos federais no caso, que atualmente se encontra sob apuração do Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal.
O senador também ressalta que “a perseguição àquela jornalista integra o quadro de assédio moral e perseguição política que tem sido contumaz naquela Empresa e que é objeto de amplo repúdio entre os órgãos de representação da categoria, exigindo um atuar coletivo para preservar os direitos coletivos de seus trabalhadores, inclusive no que tange aos seus direitos humanos violados”.
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Foto: Agência Brasil