Lula trabalha ‘PEC da reconstrução nacional’ já na transição
Proposta deve driblar o teto de gastos para ampliar as despesas, como o Auxílio Brasil de R$ 600. Lula promete pagar um adicional de R$ 150 por criança
Diamantino Junior
Publicado em: 31/10/2022 às 09:03 | Atualizado em: 31/10/2022 às 09:03
Eleito para um inédito terceiro mandato neste domingo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou durante a campanha à Presidência da República um plano econômico recheado de intenções, mas com poucos detalhes de como chegar aos seus objetivos.
De decisões urgentes como a manutenção do pagamento do Auxílio Brasil — que deve voltar a se chamar Bolsa Família — de R$ 600 mensais ao prometido aumento real do salário mínimo, os desafios chegam a questões estruturantes, como a retomada dos investimentos públicos.
Mas antes mesmo da posse, será preciso negociar com Congresso Nacional, com objetivo de ampliar gastos a partir de 2023.
A proposta já tem sido chamada de PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da “reconstrução nacional” e deve driblar o teto de gastos para ampliar as despesas, como o Auxílio Brasil de R$ 600. Lula promete pagar um adicional de R$ 150 por criança.
Muito criticado pela falta de detalhamento de seus planos econômicos, Lula não indicou quem será seu ministro da Fazenda e nem outros integrantes da equipe.
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Entre as medidas iniciais, o presidente fala num plano emergencial para os primeiros cem dias de governo, composto por ações como as de combate à fome. O ex-governador do Piauí Wellington Dias, um dos principais auxiliares do petista, afirma que a “missão” será reconstruir o país.
“Será preciso pacificar o país, trabalhar pela estabilidade e previsibilidade com um projeto que terá medidas emergenciais, pela grave e ampla crise instalada, mas principalmente um plano estratégico baseado nos eixos pactuados com amplos setores da sociedade e apresentados ao país, com metas de curto, médio e longo prazo”, afirma, acrescentando:
“Isso para criar um ambiente de confiança, reatar laços com o mundo e permitir o mais rapidamente possível o equilíbrio das contas públicas e a retomada do crescimento econômico e social em bases seguras”, disse.
Reajuste do mínimo acima da inflação
No domingo (30/10), no discurso logo após a confirmação da vitória, Lula reafirmou que seu governo “não será um governo do PT”, mas sim um pacto com amplos setores da sociedade, como já indicava “a frente ampla pela democracia” que se montou na campanha do segundo turno: “Não faremos um governo do PT, faremos um governo do povo brasileiro”, disse o presidente eleito.
Leia mais na reportagem de Manoel Ventura no site do jornal O Globo