A bancada do Amazonas no Congresso Nacional vai dar 7 votos favoráveis, dos 11 que têm direito, à intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal.
Dentre os quatro votos restantes da bancada amazonense, 1 é contra o ato do presidente Lula e 3 parlamentares não se manifestaram.
Em sessão extraordinária, na tarde desta segunda-feira (9), a Câmara dos Deputados e o Senado vão se reunir, a partir das 18h, para votar o decreto anunciado ontem à noite pelo presidente da República, Lula da Silva (PT), em que a União passar a tomar conta do sistema de segurança pública do DF.
O ato presidencial ocorreu diante dos ataques terroristas, criminosos e golpistas perpetrados por bolsonaristas, neste domingo (8), contra o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.
Embora a decisão já esteja em vigor, o Congresso precisa referendar o decreto ou rejeitar a intervenção no DF. Por meio de votação de maioria simples, para a aprovação são necessários 257 votos “sim” na Câmara e 41 no Senado.
De acordo com levantamento feito pelo BNC Amazonas, cinco dos oito deputados federais do estado dizem ser favoráveis à intervenção no DF.
São eles: Bosco Saraiva (Solidariedade), José Ricardo (PT), Marcelo Ramos, Sidney Leite e Átila Lins, estes do PSD.
Dentre os três deputados restantes, somente Capitão Alberto Neto (PL) disse que vai votar contra a intervenção. Delegado Pablo (União Brasil) e Silas Câmara (Republicanos) não se pronunciaram.
Já entre os três senadores, dois vão votar a favor: Omar Aziz (PSD) e Eduardo Braga (MDB). O senador Plínio Valério (PSDB), apoiador do bolsonarismo, não se manifestou sobre o ato do presidente da República.
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Conivência ou omissão
O deputado Átila Lins confirmou que vai votar a favor da intervenção federal na segurança pública porque, segundo ele, se não houve conivência com a ação dos vândalos, houve, com certeza, omissão do Governo do DF.
“O ato de se protestar pacificamente reforça o regime democrático, mas os vândalos e criminosos confundiram liberdade de expressão com atos e atitudes radicais, depredando o patrimônio público, causando um clima de intranquilidade em nosso país. A democracia tem que ser respeitada e os insurgentes têm que ser punidos exemplarmente”.
Na opinião de Saraiva, os deprimentes atos de ataque às instituições democráticas merecem a mais forte reação prevista na regra legal brasileira. “Portanto, votarei a favor da intervenção decretada pelo presidente da República”.
Regras do jogo
Ao se manifestar favorável à intervenção, Leite lembrou que, no processo eleitoral brasileiro, de antemão, todos sabiam regra do jogo e participaram sabendo. Segundo ele, na democracia, todo processo de manifestação é válido, mas não se pode aceitar violência, terrorismo.
“Por isso, votarei favorável à intervenção e defendo que medidas duras sejam tomadas, que todos os responsáveis, sejam intelectuais, organizadores, os que participaram desses atos contra os poderes da República sejam punidos na forma da lei. Então, votarei favorável e defendo medidas duras tanto por parte do Executivo, quanto por parte do Congresso Nacional”.
Ramos disse que veio de Manaus a Brasilia, na madrugada, pela gravidade do ocorrido.
“Os atos criminosos não foram contra deputados de situação ou oposição, foram contra a Câmara dos Deputados, contra a democracia, contra a Constituição, contra o povo brasileiro. Por isso, votarei a favor da intervenção porque estão presentes os requisitos constitucionais para tal ato”.
Voz contrária
Ex-vice-líder do governo Bolsonaro, Alberto Neto disse que será contrário à intervenção federal no Distrito Federal.
Conforme afirmou, não há necessidade desse ato porque as forças de segurança do DF “podem muito bem fazer uma cooperação com o governo federal, não uma intervenção”.
Para o deputado, essa cooperação tem condições de restabelecer a ordem pública.
“Eu me recordo, agora, das manifestações dos vinte e três centavos na época da Dilma (2013). Houve manifestação em todo o Brasil e eu participei ativamente. Fizemos o controle e muitas manifestações foram bastante violentas, com depredações”.
De acordo com o deputado, no bairro da. Compensa, em Manaus, policiais foram agredidos a tijoladas. Além disso, disse ele que bancos foram depredados.
“Temos que apoiar sempre as manifestações pacificas. As violentas não podem ter o nosso apoio e as forças de segurança têm que agir rapidamente”.
Foto: Reprodução