O senador Plínio Valério (PSDB) atacou duramente a ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, por ela ter dito durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, que 120 milhões de brasileiros passam fome.
“Quando a ministra Marina diz a uma plateia de milionários que 120 milhões de brasileiros estão passando fome, ela sabe o que diz. É uma das mentiras que servem ao seu propósito de arrecadar dinheiro para distribuir com as ongs que impedem o desenvolvimento da Amazônia. Outras mentiras serão ditas”, disse o senador.
Porém, o dado sobre a fome, que foi rechaçado pelo senador amazonense, não está totalmente desconectado da realidade brasileira.
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Em junho do ano passado, a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) diz que no Brasil são 33 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar grave e 125,2 milhões de brasileiros que passaram por algum grau de insegurança alimentar.
No evento, Marina discursou sobre o tema sustentabilidade quando ressaltou o compromisso do governo Lula com o desmatamento zero, proteção dos povos tradicionais, democracia, sustentabilidade, além do combate à desigualdade.
“O mundo é desigual. No meu país têm 120 milhões de pessoas que estão passando fome. Nós tínhamos saído do mapa da fome e agora temos 33 milhões de pessoas que estão vivendo com menos de um dólar por dia. A sustentabilidade não é só econômica, não é só ambiental, ela é também social”, disse a ministra,
De acordo com ela, o Brasil tem “compromissos ambiciosos em relação a ser um país economicamente próspero, socialmente justo, politicamente democrático, culturalmente diverso e ambientalmente sustentável”.
Quanto a insinuação sobre a ministra arrecadar fundos para distribuir entre ongs com atuação na Amazônia, o senador não apresentou fatos que comprovem suas acusações, o que pode até lhe render processo por injuria.
O senador é autor de um pedido para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação das ongs na região.
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil