Como vice-presidente da República e coordenador do Conselho da Amazônia, o general Hamilton Mourão (Republicanos-RS) foi alertado desde 2019 da grave situação dos indígenas ianomâmis do Amazonas e Roraima. A afirmação é da presidente da Funai, Joenia Wapichana, em entrevista ao O Globo nesta quarta (25).
Conforme a denúncia, Mourão estava ciente, portanto, de que tudo apontava para uma “tragédia anunciada”, como revelada só agora, pelo novo governo.
De acordo com Joenia, que vive os últimos dias de seu mandato de deputada federal, é preciso apurar provável omissão e prevaricação do governo de Jair Bolsonaro (PL) e Mourão.
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Dever de dar resposta
“Ele [Mourão] teve a atenção de receber a gente, mas não deu resposta depois. A partir do momento em que você está numa posição que deve responder sobre uma denúncia e você prevarica ou se omite, seja indígena ou não indígena, teria que estar respondendo por isso. Ele é uma autoridade pública e fez um compromisso de respeitar a Constituição brasileira. Para isso tem o dever do Estado brasileiro de dar uma resposta a todas as denúncias que ele ouve, então omitiu. E essa omissão ela deve ser apurada e se houve prevaricação também”.
Esse é um trecho de respostas da gestora da Funai na entrevista à jornalista Paula Ferreira, em Brasília.
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado