Golpistas bolsonaristas são caloteiros de R$ 1,3 milhão à União

Lista divulgada por jornal indica pelo menos 54 apoiadores de Bolsonaro que estavam nos atos golpistas de 8 de janeiro

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Ferreira Gabriel

Publicado em: 30/01/2023 às 18:12 | Atualizado em: 30/01/2023 às 18:12

Golpistas presos após a invasão aos prédios dos Três Poderes, em Brasília, devem pelo menos R$ 1,3 milhão à União. É o que mostra levantamento do jornal O Globo, com base na Lista de Devedores da Dívida Ativa.

A lista indica pelo menos 54 bolsonaristas que estavam nos atos golpistas de 8 de janeiro. Desse total, 14 têm dívidas maiores do que R$ 30 mil.

Os débitos são referentes a pendências trabalhistas, previdenciárias e tributárias, sobretudo do Simples Nacional, um regime de recolhimento de impostos das micro e pequenas empresas.

O Globo também identificou sete pessoas que renegociaram a dívida com a União e estão pagando de forma parcelada —o nome do devedor só sai da Dívida Ativa quando a pendência é quitada. Ao todo, o grupo deve mais de R$ 3,6 milhões.

Veja alguns nomes:

As maiores dívidas são de Luiz Fernandes Venancio (R$ 186 mil) e Paulo Eduardo Vieira Martins (R$ 183 mil). Segundo os dados levantados pelo Globo, boa parte do valor é composto por dívidas tributárias referentes ao pagamento do Simples ou do Imposto de Renda.

Antes de ser preso, Venancio usou as redes sociais para cobrar que as Forças Armadas impedissem a posse do presidente Lula (PT). Um vídeo compartilhado por ele na véspera dos atos golpistas mostra um bolsonarista dizendo que os militares são a “vergonha da nação” e que é preciso “invadir” o Congresso para acabar com esses “babacas”.

Também aparece na lista de devedores o empresário José Paulo Alfonso Barros, de Mato Grosso do Sul, com dívida de R$ 33 mil com a União. Ele transmitiu ao vivo sua participação nos atos golpistas.

No levantamento, o Globo considerou todos os 1.406 presos no dia 8 de janeiro. Deste grupo, 942 permanecem detidos e 464 foram liberados. Foram considerados apenas aqueles com dívida ativa na relação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

Após a ação de golpistas em Brasília, que destruíram salas, computadores, vidraças e obras de arte, a Justiça Federal decidiu bloquear bens que totalizam R$ 18,5 milhões de pessoas e empresas apontadas como financiadoras.

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