Os senadores Chico Rodrigues (PSB), Dr. Hiran (PP) e Mecias de Jesus (Republicanos), todos de Roraima, não são bem-vindos à terra dos ianomâmis. Eles integram a comissão externa do Senado para acompanhar os prejuízos da tentativa de genocídio pelo governo de Jair Bolsonaro (PL).
Nesta quinta (30), uma nota de repúdio a esses parlamentares e também ao senador Plínio Valério (PSDB-AM) foi divulgada por meio da Associação Yanomami do Rio Cauaburis e Afluentes (Ayrca).
“Senadores que vêm fortalecer o garimpo ilegal nós não queremos”, afirmou o presidente da Ayrca, José Mário Góes, à Agência Brasil.
A pretensa visita da comissão seria, portanto, na segunda semana de abril. Chico Rodrigues disse que o plano é ficar na terra indígena na parte de Roraima de 11 a 13 do mês.
Para os ianomâmis, os senadores bolsonaristas querem mesmo é defender interesses dos garimpeiros. Os mesmos que, incentivados por Bolsonaro, causaram a tragédia mostrada ao mundo todo nos primeiros dias do governo de Lula da Silva (PT).
Essa comissão surgiu por iniciativa da bancada de Roraima no Senado, puxada por Chico Rodrigues. Ele é o que, já como presidente, fez uma visita às escondidas no auge da crise na terra indígena com a expulsão dos garimpeiros.
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Repúdio a bolsonaristas e Plínio Valério
Para os ianomâmis, a bancada roraimense de senadores é toda favorável à exploração de ouro e outros minérios na reserva indígena. Daí à comissão terem sido incorporados outros senadores, para conter essa influência bolsonarista.
Como resultado, a associação afirma na nota que, para entrada na terra dos ianomâmis, é necessária a autorização do fórum de lideranças indígenas. Há, dessa maneira, um protocolo a ser seguido e o Estado tem obrigação de cumprir os deveres com os indígenas, lembram.
Quanto ao senador Plínio Valério, o repúdio dos ianomâmis é por ele ter desqualificado o trabalho de ongs em prol dos indígenas e do Fundo Amazônia.
Fonte: Agência Brasil
Foto: Bruno Kelly/Reuters/Agência Brasil/direitos reservados