Por meio de videoconferência, Antônia Assunção, mãe da soldado Deusiane Pinheiro, morta em 2015 com um tiro na cabeça na companhia fluvial do Batalhão Ambiental da Polícia Militar do Amazonas, no bairro Tarumã, zona oeste de Manaus, pediu à Câmara dos Deputados que o julgamento do crime seja federalizado.
A mãe da policial participou da jornada dos direitos humanos realizada pela Comissão dos Direitos Humanos e Minorias da casa para definir a pauta de trabalho do colegiado para este ano.
“A gente recebe o relato desesperado com a dor de uma mãe que teve sua filha retirada de forma violenta. Sem dúvida, vamos entrar em contato e ajudar no encaminhamento”, afirmou a presidente do colegiado, Daiana Santos (PCdoB-SP).
O principal acusado é o sargento Elson dos Santos Brito, ex-namorado e colega de trabalho da policial.
A mãe contou que a filha foi assassinada após romper relacionamento com o sargento por não concordar com corrupção envolvendo o policial.
Na época, Elson disse que Deusiane cometeu suicídio e outros colegas de trabalho confirmaram a versão, mas o caso foi tipificado como homicídio qualificado.
“Eu luto por Justiça há nove anos. Quero fazer um pedido, encarecidamente, que encaminhe esse processo para uma federalização porque aqui no Amazonas não vai acontecer justiça”, disse a mãe, emocionada.
Ela pediu que a presidente da comissão lhe ajudasse em um pedido de audiência com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowsky.
“Há menos de uma semana o advogado dele [acusado] deu uma entrevista para um jornal daqui e disse que os clientes dele serão absolvidos porque não tem provas suficientes”.
Leia mais
Ameaçada
Antônia Assunção, que é da etnia mura, do município de Manicoré, no Amazonas, disse que viaturas da polícia até hoje rondam sua residência. Por causa dessa ameaça e intimidação, teme que, se o acusado for absolvido, ela também seja morta.
“Estou doente e aprisionada há nove anos”, disse, chorando.
Foto: reprodução