Amazônia: vazante dos rio faz festa de cientistas com fósseis gigantes

Expedição no rio Purus encontra fósseis raros, como vértebras de Purussaurus e crânio de tartaruga desconhecida.

Diamantino Junior

Publicado em: 15/09/2024 às 14:59 | Atualizado em: 15/09/2024 às 14:59

Uma expedição paleontológica às margens do rio Purus, no sul do Amazonas, revelou uma descoberta impressionante: vértebras de um Purussaurus, o maior jacaré que já viveu na Terra há mais de 10 milhões de anos. O achado dos fósseis foi feito por Gerimar do Nascimento, um ribeirinho local, e destaca-se não só pelo valor científico, mas também pelo envolvimento de comunidades tradicionais na preservação da história natural da Amazônia.

A reportagem faz parte de um projeto de divulgação científica do Portal Terra, com apoio do Instituto Serrapilheira.

Gerimar, conhecido como Geri, encontrou as vértebras à vista em um barranco, enquanto navegava pelo rio Purus.

“Sabia que não era do nosso tempo”, relatou Geri, que guardou o achado próximo à sua casa.

O paleontólogo Carlos D’Apólito, da Universidade Federal do Acre (UFAC), destacou a importância do resgate do fóssil, que será levado ao Laboratório de Pesquisas Paleontológicas da instituição.

O reconhecimento do nome de Geri no estudo é um raro exemplo de atribuição de crédito a descobertas feitas por pessoas fora do meio acadêmico, muitas vezes invisibilizadas.

Durante a expedição, que ocorreu em meio à maior seca da história recente da Amazônia, outros fósseis foram descobertos, incluindo o crânio de uma tartaruga desconhecida pela ciência e parte do fêmur de uma preguiça gigante.

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O professor Edson Guilherme, também da UFAC, expressou entusiasmo ao ser um dos primeiros a desenterrar o crânio da tartaruga, enquanto o paleontólogo veterano Alceu Ranzi refletiu sobre o ambiente do Mioceno, quando gigantes como o Purussaurus habitavam a região.

A expedição e o envolvimento das comunidades ribeirinhas reforçam a importância da colaboração na preservação da história paleontológica da Amazônia, ajudando a desvendar as transformações climáticas e ambientais que moldaram o planeta.

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Foto: reprodução DW / Deutsche Welle