Senadores criam regras que driblam governo na liberaĂ§Ă£o de emendas
Projeto original possibilitava ao governo bloquear o pagamento de emendas em caso de necessidade de contenĂ§Ă£o de gastos

Publicado em: 18/11/2024 Ă s 20:48 | Atualizado em: 19/11/2024 Ă s 10:07
Em uma derrota para o governo federal, o Senado concluiu nesta segunda-feira (18) a votaĂ§Ă£o do projeto que cria novas regras para o pagamento de emendas parlamentares.
Os senadores retiraram a previsĂ£o de que o governo pudesse bloquear os valores decididos pelos congressistas.
Como foi alterado, o texto terĂ¡ de passar por nova rodada de votaĂ§Ă£o na CĂ¢mara dos Deputados.
O pagamento das emendas (indicações de gastos que deputados e senadores fazem no orçamento do governo para obras e projetos nos estados que os elegeram) estĂ¡ suspenso desde agosto por determinaĂ§Ă£o do ministro FlĂ¡vio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Apesar de entidades questionarem a efetividade do projeto, o objetivo do texto Ă© atender Ă ConstituiĂ§Ă£o e ao STF e garantir maior transparĂªncia e rastreabilidade dos recursos.
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Emendas impositivas
Segundo a proposta, as emendas que o governo tem obrigaĂ§Ă£o de pagar, as impositivas, vĂ£o crescer acima da inflaĂ§Ă£o ao longo dos anos, mas terĂ£o de cumprir os limites de aumento de despesas previstos no arcabouço fiscal.
No orçamento de 2024, o Congresso aprovou uma reserva de cerca de R$ 53 bilhões para o total das emendas.
SĂ£o impositivas as indicações individuais (o deputado ou senador precisarĂ¡ informar, no momento da indicaĂ§Ă£o, o destino e valor da transferĂªncia), incluĂdas as Pix (emendas pix sĂ£o conhecidas pela dificuldade na fiscalizaĂ§Ă£o dos recursos, uma vez que os valores sĂ£o transferidos por parlamentares diretamente para estados ou municĂpios), e as de bancada estadual, quado os investimentos sĂ£o decididos com a concordĂ¢ncia de todos os membros da bancada.
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Foto: Jefferson Rudy/AgĂªncia Senado