Planilha da Odebrecht de delator da região Norte é arquivada no STF

Ex-senador acusado de receber propina tem codinome Manaus

Publicado em: 31/07/2018 às 07:25 | Atualizado em: 31/07/2018 às 07:25

Entregue por delatores da construtora Odebrecht, uma planilha com nomes e números de “valores de passe” relacionados a 22 políticos e autoridades, incluindo dois ministros de cortes superiores, não foi investigada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

O documento acabou arquivado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no bojo de um inquérito que apurou supostos pagamentos ao deputado federal Bruno Araújo (PSDB-PE).

A planilha foi encaminhada pelo delator João Antônio Pacífico Ferreira em dezembro de 2016 para integrar o acordo de colaboração premiada homologado pelo STF em 2017.

Pacífico, de 64 anos, foi diretor-superintendente da Odebrecht nas regiões Norte e Nordeste. Ele era responsável pelos relacionamentos políticos da empresa nas duas regiões do país, em especial Pernambuco.

A planilha intitulada “Final JP” lista políticos e autoridades de Pernambuco, como Bruno Araújo, a respeito de quem a PGR abriu o inquérito.

No final de 2016, Pacífico corroborou os dados da planilha, em depoimento prestado em Natal (RN).

 

Dias Toffoli não prorrogou investigação

Em junho, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e a Polícia Federal pediram 60 dias para concluir a investigação, mas o ministro do STF Dias Toffoli mandou arquivar o caso. Argumentou que o inquérito perdurava “por prazo significativo, com prorrogações sucessivas”.

Junto com o inquérito, foi arquivada a planilha. O depoimento de Pacífico foi gravado pela PGR em vários vídeos. Ele falou sobre irregularidades em obras públicas. Em nenhum momento, porém, foi indagado sobre outros nomes e inscrições na mesma planilha que citava Bruno Araújo.

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Foto: Reprodução/Veja