O ex-diretor de relações institucionais da empresa Hypermarcas (atual Hypera Pharma) Nelson Mello perdeu os benefícios do acordo de delação premiada que fez com a Procuradoria-Geral da República (PGR) quando denunciou o senador Eduardo Braga, do MDB do Amazonas, e outros, de receber propina de R$ 30 milhões.
A propina a caciques do MDB é investigada pelo Ministério Público Federal (MPF) desde 2016, a partir da delação de Mello. Ele citou frontalmente os nomes de Eduardo Braga, dos senadores Renan Calheiros (AL), Eunício Oliveira (CE) e do hoje ex-senador Romero Jucá (RR).
Segundo o delator, a propina milionária chegou às mãos de Braga e dos demais medebistas por intermédio de dois lobistas que faziam essas transações para Calheiros e o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (MDB-RJ).
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Provas são aproveitadas
A procuradora-geral Raquel Dodge decidiu rescindir o acordo de delação premiada de Mello com a operação Lava Jato e informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) neste dia 3. O relator da Lava Jato no STF, ministro Edson Fachin, vai decidir se homologa a rescisão.
Mesmo com o fim do acordo, tudo o que foi produzido de provas contra o senador Eduardo Braga e seus colegas devem ser aproveitados nos autos do processo pelo MPF e pela operação Lava Jato no STF.
Raquel afirmou que “Nelson Mello descumpriu o compromisso de dizer a verdade, apresentando informações falsas ou ‘omitindo fato penalmente relevante praticado por ele’’’. Além disso, deixou de entregar provas.
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Foto: BNC Amazonas