Mais Médicos ganha sobrevida após medida do Congresso Nacional

Programa terá, até o início de março, um edital para reincluir no programa 1.800 cubanos que ficaram no Brasil após o rompimento dos contratos

Mais Médicos ganha sobrevida após medida do Congresso Nacional

Neuto Segundo, Da redação do BNC Amazonas

Publicado em: 24/02/2020 às 17:39 | Atualizado em: 24/02/2020 às 17:39

Ao mesmo tempo em que vem sendo encolhido pela gestão de Jair Bolsonaro, o Mais Médicos deve agora ganhar uma sobrevida sob impulso de uma medida aprovada pelo Congresso e em meio a atrasos para colocar em prática o programa que deverá substituí-lo.

A ideia é lançar, até o início de março, um edital para reincluir no programa 1.800 cubanos que ficaram no Brasil após o rompimento dos contratos entre Cuba e Opas (Organização Pan-americana de Saúde) em 2018.

Com isso, o programa teria um maior número de vagas mantidas, quando se encerram os últimos contratos firmados na iniciativa.

 

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O anúncio do edital para reinclusão dos cubanos foi divulgado pelo jornal El País.

A medida era prevista desde a aprovação da lei do Médicos pelo Brasil, nome dado ao programa que deve substituir progressivamente o modelo atual, por meio da transferência das vagas ao fim de cada contrato.

Na prática, a reinclusão deve dar novo fôlego ao Mais Médicos em um momento de queda do número de profissionais no programa.

Das 18.240 vagas originais, apenas 13.845 têm médicos em atuação hoje. As demais estão suspensas ou aguardam para serem substituídas.

Para comparação, em novembro de 2018 o programa tinha 15.002 médicos em atuação.

Em janeiro, esse número passou a 14.298 e, agora, a 13.845.

O alto número de vagas desocupadas ocorre em meio à decisão da atual gestão de renovar apenas contratos em municípios de perfis 4 a 8, em uma escala que vai de 1 a 8, conforme a Folha mostrou no ano passado.

Quanto maior o número, maior a vulnerabilidade. O objetivo é abrir espaço para o novo programa, que terá mudanças na distribuição das vagas.

“Foi uma decisão consciente nossa de primar pela presença dos médicos em municípios mais distantes”, explicou   o secretário de Atenção Primária em Saúde, Erno Harzheim.

Aqueles de menor tamanho também foram contemplados.

Municípios, porém, contestam a medida. Atualmente, das 4.395 vagas sem médicos, 1.154 estão em cidades de perfis 4 a 8, que ainda aguardam reposição. As demais estão em cidades excluídas dos últimos editais, como capitais e regiões metropolitanas.

 

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Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil