Uso de aviões da FAB fica mais restrito por pressão da ala militar

O uso das aeronaves da FAB ficou restrito por causa da viagem do ex-secretário-executivo da Casa Civil Vicente Santini para a Suíça e Índia.

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Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 06/03/2020 às 15:50 | Atualizado em: 06/03/2020 às 15:50

O uso de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) está mais restrito a partir de hoje para autoridades. O motivo foi a pressão dos militares, após uso indevido de aeronave por substituto de ministro. 

Desta vez, segundo o G1, a gota d’água foi a viagem do então secretário-executivo da Casa Civil, Vicente Santini, para a Suíça e para Índia. No entanto, a viagem causou contrariedade na cúpula militar do governo. 

Na condição de ministro em exercício, Santini viajou em um avião da FAB e, diante da polêmica, acabou demitido do cargo. 

O presidente Jair Bolsonaro chegou a reconhecer que o episódio não era ilegal, mas classificou como imoral. As informações são do blog do Gerson Camarotti, do G1.

Pelo novo decreto, não será mais permitido o deslocamento pelas aeronaves da FAB de substitutos de autoridades.  Também não vale para autoridades que ocupam o cargo como interino.  

Nas palavras de um auxiliar do Planalto, esta regra foi criada justamente pela repercussão negativa do caso Santini. Da mesma forma, não é de hoje que autoridades militares pressionam pelo endurecimento das regras.  

 

Ação de governos

A primeira mudança aconteceu ainda no governo Fernando Henrique Cardoso. E nesse sentido, houve também restrições no governo Dilma Rousseff. 

No governo Michel Temer, em 2016, a assinatura de um decreto determinou que uma aeronave esteja sempre à disposição na capital federal. A partir desse ponto, será possível transportar órgãos doados para transplante.

Além disso, permite também o uso de outros aviões da Aeronáutica lotados por todo o país para esse objetivo.  

Desde então, mais de 200 órgãos são transportados por ano para transplante. 

Leia mais no blog do Gerson Camarotti/G1

 

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil – 5/fev/2020