Depoimento de Moro não traz novidades, dizem investigadores da PGR

Depoimento de Moro à Polícida Federal (PF) deve ser divulgado nas próximas horas pelo Supremo Tribunal Federa (STF), a pedido do próprio ex-ministro

Moro anuncia que vai advogar, dar aulas e ser colunista em uma revista

Neuto Segundo

Publicado em: 05/05/2020 às 10:52 | Atualizado em: 05/05/2020 às 10:52

O depoimento de Sergio Moro deve ser liberado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nas próximas horas.

Celso de Mello deve tomar a decisão.

Investigadores da Procuradoria-Geral da República (PGR) não constatarem nas declarações do ex-ministro nenhuma imputação grave contra o presidente Jair Bolsonaro.

Trata-se, segundo os investigadores que leram o depoimento de Moro, de um relato muito semelhante às declarações dadas publicamente pelo ex-ministro sobre as interferências de Bolsonaro na condução da Polícia Federal.

 

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“Não há inovação nas declarações. É tudo igual ao falado na despedida dele. Tanto que não pedimos a manutenção do sigilo”, disse ao Radar um graduado investigador da PGR.

Trata-se de um banho de agua fria em quem imaginava contar com revelações bombásticas de Moro contra Bolsonaro.

 

Apoiadores frustrados

 

Pode até ser que o ex-ministro queira sangrar o presidente lentamente, como a Lava-Jato fez com o PT, mas até agora não há elementos que comprovem tal torcida dos aliados dele.

Nesta segunda-feira (04), o Radar mostrou que a própria defesa de Moro pediu a divulgação do depoimento por considerar que os vazamentos só amplificavam ruídos no caso.

O pleito foi apresentado a Celso de Mello pouco depois de a PGR ter apresentado uma lista de diligências no caso.

 

Vídeo será analisado

 

Além de colher o depoimento dos ministros da ala militar do Planalto, da deputada Carla Zambelli e do ex-diretor da Polícia Federal Maurício Valeixo, o procurador-geral Augusto Aras solicitou ao Planalto a cópia do vídeo da reunião de 22 de abril, em que Bolsonaro teria cobrado abertamente a demissão do superintendente do Rio e de Valeixo.

Amigo de Carlos Bolsonaro, o delegado Alexandre Ramagem também será ouvido juntamente com outros delegados da corporação.

 

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Foto: José Cruz/Agência Brasil